Acusação leviana

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Embora eu goste de ver a bola balançar as redes, principalmente dos adversários do time da minha preferência, não compartilho a opinião de que jogo terminado em 0 a 0 é sempre desinteressante. Mais desinteressante do que isso, certamente, é o confronto no qual existe um time muito superior ao outro, que só tem o trabalho de empilhar gols enquanto aguarda o relógio do árbitro determinar o final da partida. O Gre-Nal disputado domingo na Arena, que terminou com o placar em branco, teve momentos de bom futebol, principalmente quando os atacantes conseguiram superar a marcação dos zagueiros, criando situações de gol. A bola não entrou porque encontrou no caminho para as redes goleiros e zagueiros concentrados na tarefa de impedir que chegasse ao seu destino. Então, o Gre-Nal não representou um retrocesso técnico em relação a sua bonita e longa história. Foi sério e aguerrido como devem ser todos os clássicos.
As restrições que faço ao Gre-Nal de domingo se referem ao comportamento agressivo de alguns jogadores e, principalmente, as entrevistas varzeanas de dirigentes após a realização do clássico, tendo como origem a séria lesão sofrida pelo atacante Bolaños. Em uma disputa de bola com Willliam, no início do jogo, ele foi atingido no rosto pelo braço do lateral do Internacional, como mais tarde mostraram as imagens de televisão. O resultado do impacto do braço de William no rosto do equatoriano foi o pior possível. Ele deverá ficar vários dias afastado do futebol por ter sofrido uma fratura no maxilar. De fato, um acidente de trabalho lamentável, principalmente pelo sofrimento que Bolaños está passando. Mas foi exagerada a declaração de que William é um criminoso, que merecia estar na cadeia. O pedido de desculpas do jovem jogador, visivelmente triste com a lesão de Bolaños, foi suficiente para isentá-lo de culpa. De costas para Bolaños, William não tinha condições de visar a boca do colega de profissão para provocar tanto estrago.Foi uma mera fatalidade, que tantas vezes ocorre no futebol. Tomara que Bolaños se recupere o mais depressa possível e que William, recém no início da caminhada rumo à consagração profissional, não fique deprimido com a acusação de que agiu de forma criminosa. O Gre-Nal da Arena teria sido exemplar mesmo com o resultado de 0 a 0 sem as entrevistas desvairadas de dirigentes após a sua realização. A intolerância e o fanatismo estimulados por dirigentes microcéfalos não podem ocupar lugar destacado nas entrevistas em jogos de futebol.

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5 Comments

  1. LUIZ CARLOS
    8 de março de 2016 at 23:57

    É um tanto temerosa essa afirmativa. Inegável que houve um cotovelo no rosto do Bolanhos. Mas, ficou evidente também que ele permaneceu no jogo, um sinal de que o ocorrido não foi tudo aquilo que os dirigentes do Grêmio afirmaram.
    Cabe ressaltar que quase ao final do primeiro tempo, Bolanhos caiu na área do Inter e bateu com a boca no chão do gramado. Quem me garante que não foi esse o momento das fraturas???

    1. Givago Martins
      11 de março de 2016 at 18:22

      Obrigado pelo comentário Luiz Carlos.

  2. Lucas ND
    9 de março de 2016 at 13:35

    Existem pelo menos 3 lances do último brasileirão onde o William disputa o espaço com adversário usando o cotovelo e atingindo o outro jogador.
    Quando o jogador coloca o braço a frente da jogada ele corre esse risco de atingir o adversário, no caso de domingo ele já chega com o cotovelo acima do seu ombro de forma totalmente desnecessária e não natural.
    Defender isso como mero acidente e “é do jogo” é no mínimo leviano. O jogador deve ser punido como manda a lei. O que não pode é dirigentes distorcerem o que as imagens mostram e tentarem desfazer do caso e ir na imprensa fazer piada com o jogador lesionado.
    O inter mandou muito mal nesse caso, seus dirigentes fazem um desserviço ao futebol e envergonham a história colorada.

  3. Givago Martins
    11 de março de 2016 at 18:23

    Obrigado pelo comentário Lucas ND.

  4. Sandro S
    14 de março de 2016 at 17:30

    Lamento dizer vi e revi várias vezes o lance! O William está de costas e se ele não fica com o braço erguido na velocidade que vinha o Bolañios a fratura seria no William. Este menino iniciando a carreira não tem antecedentes, já Bolañios quebrou o nariz de um jogador com o cotovelo e foi expulso do jogo. Vi estas imagens também. Não foi no lance do William que o Bolañios se quebrou, pois se foi ali de quem é a responsabilidade? Como os dirigentes permitem que o jogador fique 46 minutos em campo cabeciando e correndo? Lamentável o que aconteceu, uma infelicidade, mais ainda, em grenal onde tudo se somatíza. Ninguém quer uma judiaria destas com nenhum ser humano!

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