O papel histórico das manifestações

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Já afirmei em artigo anterior nesta coluna que a democracia, como sistema de governo, é aquele em que o povo é ouvido no processo de tomada de decisões, e não tem substituto conhecido como sistema que organiza e induz o desenvolvimento das sociedades no seu sentido maior.

MILHÕES de pessoas falaram ontem, 13 de março, em todo o país: a voz das ruas exige que as mudanças sejam agora, ou perdemos desde o bonde quanto mais o supersônico da história na era da internet. A maior recessão de todos os tempos brasileiros, a paralisia do governo nos seus últimos suspiros, a inflação, a sensação de que os governantes andam em ritmo de escárnio sobre o povo, etc etc, indicam que deu para esse governo do PT, da Dilma e do Lula, organizadores de uma corrupção que nos empobrece e nos envergonha. E que a corrupção finalmente entrou no dia a dia das pessoas como um mal maior, do qual decorrem a falta de saúde, educação, segurança, autoestima para quem trabalha e acredita que isso é bom. Pesquisas de opinião mostraram neste mês que pela primeira vez a corrupção é o primeiro ítem nos problemas como vistos pelos pesquisados. Então deu.

A saída de Dilma da Presidência da República é uma questão de tempo. Que tempo? O tempo de instalação e julgamento do processo de impeachment pelo mesmo Congresso Nacional tão desacreditado e cada vez mais desacreditado. Mas tem que ser assim na democracia: ouvida a voz das ruas, um elemento a mais no processo de desgaste até a troca na presidência. Lembro-me do movimento que criamos os deputados Fernando Gabeira, Rafael Guerra e eu em 2005, quando estourou o mensalão: ao elegermos Severino Cavalcanti presidente da Câmara dissemos “nós vamos colocá-lo aí para fazer o que é preciso para romper esse círculo vicioso dentro do Congresso aviltado pelo Mensalão e pela morte de Celso Daniel. Se trair, vamos tirá-lo daí.” E assim fizemos. Pois estamos numa época parecida nesses tempos de Petrolão: pode o povo ter colocado por pequena diferença Dilma na presidência. É hora de ser tirada pelo mesmo povo pois se fez merecedora ao mostrar como está intrincada nesse esquema vergoso de formação da OrCrim (organização criminosa) que tem comandado o país desde o Mensalão, “aprimorando-o” no Petrolão como sistema de roubo e acumulação de riquezas pessoais surrupiadas dos recursos e bens públicos acumulados em décadas de história como a Petrobrás, tendo como símbolo do escárnio sobre o povo as carretas com containers de coisas surrupiadas por Lula da presidência ao sair.

Aí a importância da voz das ruas nas últimas manifestações das quais milhões de brasileiros participaram cientes do seu papel: no processo que vem de longe, guiado por Sergio Moro e a Operação Lava Jato, autorizam o Congresso Nacional a tirar a Presidente. Mas se não entendenderam o que dizem essas vozes, o mesmo povo vai tirá-los, como fizemos com o Presidente da Câmara em 2005/2006. Rapidinho. Será ordeiramente e com muita energia em 2018.

1 Comment

  1. João Garcia
    17 de março de 2016 at 10:55

    Doutora,fale-nos um pouco do que foram ELLES quando oposição ao seu GOVERNO.

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