O naufrágio do PT e de suas mazelas

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Tenho escrito neste espaço, que muito me honra, reiteradas vezes que a classe política no Brasil, de modo geral, carece de mais capacitação e índole ilibada para exercer cargos públicos eleitos pelo voto democrático. Pois bem, da teoria passamos à prática, o oportunismo e o descaso dessas pessoas assumem proporções alarmantes. Ficou claro que o governo se posicionou indiferente aos recados das manifestações.

Mais grave que isso, a Presidente afronta a vontade popular ao nomear como Ministro da Casa Civil, o ex-presidente Lula, alvo de tantas denúncias investigadas pela Polícia Federal. Este pode ser o começo do naufrágio do PT, quanto as suas pretensões de manter o poder. A base aliada está se afastando o que fragiliza a cada dia um poder recheado de mazelas.

Às vezes se tem o poder da pedra que destrói vidraças, outras vezes a inversão de valores coloca as pessoas na posição de vidraça, isto é, de extrema fragilidade. Digo isto, porque muitas vezes, no auge da oposição, o PT alvejou a classe política qualificando-os de corruptos, hoje o PT é a vidraça que tanto criticou, ao cometer erros ainda mais graves. Militantes e simpatizantes, ainda estão atônicos sem saber o que fazer. A militância socialista mais radical acusa a oposição de golpistas, esquecendo que outrora, na era Collor, o impeachment era uma demonstração de democracia, agora é um golpe da direita na democracia.

Na preleção do Ministro do Trabalho e da Previdência Social, Miguel Rossetto, fica evidente a tentativa de descaracterizar a crise com pronunciamento que não se sustenta, devido à fragilidade dos argumentos. Segundo o Ministro, “Lula ingressa em um ministério para dar mais estabilidade ao País; a investigação da operação Lava Jato sobre Lula é um artifício político; a crise é artificial e a perseguição ocorre, devido ao inconformismo das forças derrotadas nas últimas eleições de 2014”.

Neste conturbado momento político, é pouco provável que Lula consiga estabilizar o governo, depois que se tornou desafeto na sociedade; a operação Lava Jato tem credibilidade com o povo; a crise é real, tendo origem na desordem do governo e na corrupção. A fiscalização dos partidos oposicionistas e da sociedade nas ações do governo é um direito assegurado no Estado Democrático. Resta saber como o mercado e as instituições irão reagir diante deste descalabro que mancha a democracia no País.

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