Integração global e a vulnerabilidade macroeconômica do Brasil

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Na esfera produtiva o mercado global é responsável por mais investimentos estrangeiros diretos, pressionando as estratégias das empresas transnacionais. A globalização faz com que, cada vez mais as taxas de câmbio determinem de que modo se compara o custo da mão-de-obra de um País em relação a outro. Este novo fator decisivo foge do controle empresarial, ao contrário do custo da mão-de-obra que é um fator variável, mas que pode ser ajustado às circunstâncias.

A realidade neste desafio nos mostra que a expansão do investimento estrangeiro direto vinha ocorrendo em proporção maior do que o desempenho do crescimento econômico do País e das exportações. Está presente nesse contexto, às fusões e aquisições (joint venture) entre as empresas, fenômeno internacional que se acentua ano após ano. A acirrada competitividade e os mercados mais exigentes têm direcionado as empresas para mudanças, já que muitas vezes elas não conseguem realizar sozinhas todos os procedimentos.

Por outro lado, aumenta de forma progressiva o déficit em transações correntes do balanço de pagamentos. De acordo com o Banco Central, em 2012 o déficit foi de US$ 54 bilhões; em 2013 US$ 81 bilhões e em 2014 US$ 90 bilhões. Isso comprova aumento de 66,67% entre 2012 e 2014. A vulnerabilidade externa torna o País suscetível às alterações do cenário internacional. A ampliação desse déficit é um fato inegável, ano após ano. Um fator apontado como redutor do problema é à entrada de novos investimentos estrangeiros.

Todavia, os recentes rebaixamentos de crédito feitos pelas agências internacionais de rating (classificação de crédito) Standard & Poor’s, Fitch e Moody’s que retiraram o selo de bom pagador do Brasil, inibiram significativamente os novos investimentos externos, aumentando, assim, a preocupação pela dependência do capital estrangeiro no País, pois em dado momento haverá remessas de lucros e dividendos ao País de origem. As condições para que a economia se mostre sustentável no longo prazo, gera muitas discussões.

Tem-se observado que o crescimento não é contínuo, sendo apenas circunstancial. Por isso, o País está mergulhado em recessão temerosa. O quadro se agrava com as controvérsias políticas, denúncias de corrupção e desmandos com dinheiro público que elevam as incertezas de todos. A crescente dependência de recursos externos pode inviabilizar ou reduzir o crescimento sustentado, em especial, devido à falta de capacidade do executivo que governa o País.

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