Sérias histórias

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Se respeitarmos o passado, ele nos ensinará, e se acompanhamos o que já aconteceu no passado por séries estatísticas longas, as séries históricas do PIB, podemos avaliar quando realmente crescemos e desenvolvemos. Certamente nestes últimos anos, os anos da Dilma, andamos para trás. Na série histórica do PIB dos países apresentada na semana passada pelo FMI, voltamos a produzir por pessoa no Brasil o mesmo que produzimos em 2011, andando para trás por essa razão que só devemos a nós mesmos. A situação fica ainda mais feia quando se compara o acontecido no Brasil com as outras centenas de países pesquisados pelo FMI: os outros, com exceção da Rússia e da Ucrânia, avançaram nesse mesmo período, tornando nosso retrocesso mais agudo pela comparação. Mais: é a maior crise de toda nossa história.

Para aprender com essa série histórica devemos nos perguntar: o que andamos fazendo com nós mesmos para merecermos tão negativo resultado? Não enfrentamos nenhuma megacrise externa – pelo contrário, há recuperação em todos os quadrantes – nem vivemos aqui nenhum tsunami, nem nenhum desastre climático que tivesse impedido as pessoas de todos os setores econômicos de trabalhar, ou uma guerra civil demolidora. Quem tem impedido, na verdade, as pessoas de trabalharem e produzirem, se possível com ganhos de produtividade, é a desastrada política econômica do Governo Federal. Não vou causar mais stress do que sozinho esse governo tem causado há mais de 5 anos: está nos processos da Lava Jato, de impeachment, nos dados de conjuntura, nos dos invetimentos em países nada democráticos em volume maior do que aqui no país, na própria paralisação do país, no desejo de tantos jovens de ir embora à busca de “um país de oportunidades”, como o nosso já foi considerado.

Olhando a série do PIB ao longo das décadas, aprendemos ainda que todas as vezes em que houve um projeto de futuro, com cuidado com o dinheiro público e com ações de reestruturação concretas nos respectivos tempos de governo, o crescimento, mesmo que não em números de “milagre”, veio acompanhado por melhoria no padrão de vida dos cidadãos – com ganhos de produtividade: anos 60, 70 e 90. E não por causa da internet mais recentemente, e sim porque houve uma mudança de prioridade a favor da educação, e com a liberação da economia patrocinando um ambiente de negócios em que vale o risco de investir.

Ler as “paginas amarelas da Veja” desta semana, com a entrevista com Robert Gordon, é instigante. Assim como é fundamental olhar as séries históricas do PIB de modo a retirar do aprendizado que esse olhar patrocina a confirmação de que em “épocas de governos ideológicos” o retrocesso é inevitável.

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