POR QUÊ? | Por Walter Lídio Nunes

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Diariamente, pessoas inocentes são assassinadas por criminosos recorrentes. Trabalhadores deixam filhos, pais e amigos na tristeza e saudade, vítimas de uma impunidade banalizada e cruel. Traficantes empunham armas que aqueles que têm a missão combatê-los não possuem. Por que esta situação, cada vez mais crítica, existe? Por que quem ameaça a vida está livre? Por que as leis brasileiras fazem punições mentirosas, com progressões de pena que liberam criminosos aperfeiçoados e pós-graduados no crime? Por que temos maioridade penal, que facilita a formação de jovens aprendizes do tráfico? Por que a visita íntima permite a entrada de celulares nas cadeias? Por que os chefes de bandos controlam e mandam nos presídios?

Em países desenvolvidos, antes de se pensar em recuperar os marginais, se determina o seu isolamento para evitar o risco à sociedade. Por que aqui as mortes originadas pelo tráfico de drogas têm penas tão suaves desproporcionais aos imensos danos sociais e a vida que causam? Por que faltam presídios para isolar irrecuperáveis e por que juízes flexibilizam liberações? Por que não se faz uma profunda revisão no sistema legal, com penalidades consistentes que permitam isolar os criminosos mais perigosos?

Uma prisão, assim como um hospital, garante a vida dos inocentes. Então, por que não se investe em prisões? Por que não existem verbas para a construção de presídios mas, sim, para emendas parlamentares eleitoreiras? Leis se mudam, prisões se constroem. Mas por que as coisas não mudam? Por que reclamamos todos os dias e nada fazemos? Por que os deputados não mudam as leis?

Pense no quanto seria útil a prisão perpétua para chefes do tráfico. Por que não temos um Judiciário mais ágil? Por que temos um Executivo inoperante? É comum um poder culpar o outro para explicar a falta de segurança pública. Este quadro caótico tem se agravado e nós permanecemos inertes, pois a maioria pensa que as tragédias só acontecem com os outros. Por meio de mudança nas leis, poderíamos estabelecer punições mais drásticas para enfrentar a situação caótica da segurança pública.

A maior culpa desta situação não é dos criminosos, mas nossa, devido à nossa leniência acomodada, à nossa não mobilização e pressão junto àqueles que deveriam estar a nosso serviço fazendo a sua parte. Somos nós os responsáveis por esquecer que a vida dos inocentes é o maior patrimônio da sociedade e por deixar de exigir que aqueles que a põem em risco sejam verdadeiramente punidos, isolados e afastados de forma drástica.

Infelizmente, segurança pública ainda não é uma prioridade neste País.

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