A vida no Iraque, após cessar a ocupação americana | Por Dilmar Isidoro

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Em 2003, os EUA invadiram o Iraque pela 2ª vez (a 1ª foi em 1991), alegando que o então ditador Saddam Hussein tinha arsenal de armas químicas e era uma ameaça a paz mundial. Mesmo sem encontrar provas, o governo EUA julgou e condenou Saddam a morte. O arsenal químico nunca foi encontrado.

Os governos empossados, não conseguem estabilizar a paz no Iraque. Ao invés de afastar os grupos radicais, a intervenção americana estimulou o aumento dos grupos fundamentalistas islâmicos do Oriente Médio. Após anos da invasão, o Iraque continua com sérios problemas estruturais básicos, sem poder oferecer segurança à população.

Os vários atentados contra civis colocam o País em constante ameaça terrorista. Os conflitos entre as comunidades elevam as incertezas e dificultam a autonomia política das instituições e da população iraquiana. O custo humano da guerra é enorme, estima-se que cerca de 01 milhão de civis iraquianos morreram 04, milhões deixaram suas casas e peregrinam por outras regiões para recomeçar a vida.

Entre os americanos, mais de 4.000 militares morreram. Mesmo assim, há quem acredite que a guerra livrou o Iraque de um dos ditadores mais perversos do século XX. Saddam, de origem sunita, perseguiu os xiitas, majoritários no Iraque, e os curdos também. Hoje, grupos xiitas controlam o País. Os sunitas, outrora no poder, estão à margem do domínio político. Mas, os confrontos entre as facções continuam. A violência é aleatória e muitos iraquianos acreditaram na possibilidade de se tornarem a próxima vítima. Bagdá é o epicentro de uma guerra sectária sem fim.

A euforia dos iraquianos alimentada pelo sonho de liberdade, após a queda de Saddam Hussein, perdeu fôlego quando os sunitas começaram a investir contra o governo. Carros-bomba causam medo nos mercados e mesquitas. A instabilidade no País é constante, vários atentados contra civis se tornaram comuns.

Terroristas do Estado Islâmico – EI, aproveitam a condição vulnerável do País para controlar muitas regiões, propagando fanatismo pernicioso que é execrado, inclusive, pelos adeptos do islamismo. Além da violência, o pós-guerra elevou a influência de grupos extremistas e de intolerância que querem expulsar do País, comunidades religiosas não muçulmanas.

Desde que o Estado Islâmico ocupou territórios no Iraque e na Síria e se autoproclamou califado (espécie de herdeiro de um regime na época do Profeta Maomé), vários monumentos arqueológicos importantes foram destruídos, incluindo as ruínas greco-romanas de Palmira, consideradas patrimônio da humanidade pela UNESCO. Recentemente, o grupo terrorista EI destruiu com explosivos e escavadeiras o Templo de Nabu na cidade arqueológica de Nimrud, no norte do Iraque.

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