Ciclovias: proposta de transporte alternativo para as metrópoles | Por Dilmar Isidoro

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Os grandes centros urbanos enfrentam sérios problemas no trânsito que está cada vez mais carregado e apresenta dificuldades para fluir com naturalidade em horários de maior concentração de veículos nas vias urbanas. Há vários anos, já vinha se percebendo que os gargalos urbanos de veículos iriam acontecer. Mesmo assim, as autoridades municipais não se preocuparam em apresentar projetos que pudessem ser convertidos em soluções no tempo certo.

Neste cenário de transito caótico, vejo como principais causas: [a] nas grandes metrópoles, não houve investimentos em infraestrutura necessários para atender as novas demandas de veículos; [b] as facilidades de financiamentos de veículos em longo prazo, elevou sobremaneira a demanda por estes bens; [c] o rodízio de veículos para circular nas áreas centrais das grandes metrópoles, conforme o final dos números das placas não funciona na maioria das vezes, isso porque não é cultura no Brasil este tipo de comportamento dos condutores. Em meio às propostas à busca de soluções, surgiu a ideia das ciclovias que agrega muitos benefícios. Todavia, os maiores entraves estão nas indefinições das áreas para construir as pistas e as limitações de verbas do poder público para esta finalidade.

A participação do modal cicloviário no Brasil, ainda é insipiente. Existe uma vasta literatura que coloca o continente europeu como referência no uso alternativo do transporte viário, os habitantes consideram a iniciativa um hábito saudável. Em Amsterdam, na Holanda, por exemplo, 60% da população usam bicicletas diariamente, o País tem 500 km de malha cicloviária.

É sabido que as mudanças climáticas são preocupação global. Em relação a isso, à medida que muitos Países (em especial fora da Europa) ainda permaneçam na oratória, outros colocam em prática adotando medidas para aliviar o transito e reduzir a emissão de gazes. Por isso, passou-se a repensar a gestão da mobilidade urbana. Neste sentido, muitos Países europeus adotaram modelo de urbanização, cujo cerne é a sustentabilidade. Mesmo de forma tímida pelo mundo, muitos governos têm investido no transporte cicloviário; na melhoria do sistema de transporte público e na integração entre ambos como forma de recuperar a qualidade de vida dos seus cidadãos.

O uso da bicicleta agrega importantes benefícios individuais e coletivos, por exemplo: é um ótimo exercício para o corpo; reduz a poluição do ar e sonora; há mais humanização do meio urbano, etc. Em Porto Alegre, há muitas dificuldades para adequar e construir pistas para ciclovias, devido à necessidade de ampliar os espaços para acomodar as desigualdades urbanas e suas aglomerações, afinal o crescimento foi desordenado.

Por isso, foi criado o Plano Cicloviário promulgado por Lei Complementar em 2009 que assegura aos usuários de bicicletas garantias de acesso, direitos e obrigações. Mas, na prática estamos longe do ideal. É preciso criar a cultura da sustentabilidade, pois na cidade o uso da bicicleta ainda é visto como um momento de lazer ou até mesmo hobby de determinadas classes sociais que fazem uso deste frágil veículo para pequenos deslocamentos, não sendo visto, portanto, pela maioria, como um meio útil de transporte que integra milhares de pessoas no sistema viário da cidade.

Também, deve-se pensar na segurança dos usuários de bicicletas para protegê-los dos roubos em vias de pouco movimento.

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