LEMBRANÇA. Lincoln, DENER.

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Faz tempo, muito, estava em casa assistindo uma partida do Santos contra não sei quem. Jogo morno até que entrou um menino saído do banco e destruiu. Fiquei encantado com o futebol do garoto e mandei um torpedo para o Jornalista Hiltor Mombach: cara, o Santos tem um garoto chamado Neymar que entrou no time e liquidou com tudo, mas o comentarista já tá chamando ele de Robinho, pô estas comparações estragam.

A resposta: comparar com craque não estraga o que estraga é se comparado com um perna de pau….

Dener foi um raio de alegria que passou pelo futebol. Daqueles como dizia a música de um amigo de adolescência: que ilumina a alma. Era um Pelézinho. Não tenho dúvidas de que se não tivesse a carreira tão precocemente interrompida jogaria mais que Kaká e Robinho, para ilustrar, muito mais, porque tinha um jogo vertical, rápido ao extremo e não desperdiçava firula, toda ela era produtiva. Dener veio para o Grêmio numa jogada de mestre e aqui ganhou um gauchão, único título de sua carreira, numa época que o regional ainda tinha importância, e jogando de mais. Eu era diretor na ocasião e estava em Pelotas no jogo que nos deu o campeonato e ele foi supremo, como sempre. Saiu e já estava praticamente acertado para voltar por empréstimo quando morreu em acidente de carro no dia 19 de abril de 1994, no Rio de Janeiro. Dener estava no banco de passageiro de seu carro, o Mitsubshi Eclipse, procedente de SP. Na época, Dener defendia o Vasco da Gama. Tinha 23 anos. O Vasco foi campeão naquele ano e em memória ele recebeu a faixa, mas de fato e direito mesmo foi aqui que ele vestiu a única camisa com a qual conquistou uma taça. Há quem diga hoje que ele seria um Neymar dos anos 90, melhor ou um pouco abaixo. Era diferenciado, a meu juízo poderia ser craque embora muitos digam que ele já era. Conheci bem ele, ao contrário do que alguns pensam não bebia, gostava de conversar e dizia que seu único defeito era ser mulherengo …. e era. Dener morreu enforcado pelo cinto de segurança face a posição que estava quando do acidente. Era ídolo da torcida do Grêmio que o adorava, pela juventude, pelo futebol, pelo menino simples e querido que era.

Lincoln me traz uma boa lembrança do Pelézinho. Fisicamente inclusive. Não estou comparando, estou lembrando. Tomara que, como asseverou o jornalista, no fato Neymar, se repita o conselho. Que lembre um craque, não um perna de pau.

Saudações tricolores

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4 Comments

  1. Daniel Dias
    6 de abril de 2016 at 16:19

    Como sempre, ótimos textos, professor.
    Forte Abraço,

    @danieldias.tm

  2. Frederico H.
    6 de abril de 2016 at 22:10

    Eu estava em Pelotas aquela noite! Frio dos infernos. Tinha mta pressão para o Parreira levar ele em 94. Mas como diria o Antonio Augusto: deu a lógica.
    Uma das partidas q Dener mais jogou foi contra o Flamengo na CB de 93, jogo de volta. 1 x 0 gol do Gilson cabeção. Cruzada do Eduardo Souza.
    Acho que o próprio Dener tinha uma frase “as vezes o drible é mais bonito que o gol”. Concordo!

  3. CELSO
    7 de abril de 2016 at 14:39

    Concordo plenamente com o que está posto no comentário. Só quem não deve estar concordando é quem mais deveria fazê-lo, nosso teimoso treinador.

  4. saul berdichevski
    7 de abril de 2016 at 21:07

    Grande dr.josias ! Memoria invejavel. Analise perfeita pricipalmente, no que diz respeito às comparaçoes.

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