Inflação, desemprego, insegurança e escassez de produtos, são as razões dos protestos contra o governo. A situação piora a cada dia. O racionamento de energia, as longas filas nos supermercados e o aumento da criminalidade elevam o desagrado social. Os fatores agravantes são a dependência das importações de bens, a queda do preço do petróleo e o controle estatal na produção e distribuição de produtos.
A oposição, maioria da Assembleia Nacional após 16 anos e integrante da Unidade Democrática, convocou referendo para revogar o mandato do Presidente Nicolás Maduro, culpando o socialismo pela crise. Maduro, diz que a crise é devido à queda nos preços do petróleo e ao conflito com os empresários de direita, contrários ao governo.
Com esse argumento, Maduro declarou Estado de emergência para atenuar a crise, tomando medidas para tentar garantir o abastecimento de bens básicos à população, entre elas fixou limites para entrada e saída de bolívares (moeda local) e ordenou ações econômicas e políticas para defender seu governo. A associação médica do País aponta holocausto na saúde por escassez de remédios e materiais hospitalares.
De acordo com a Federação Médica Venezuelana, os hospitais têm 95% de escassez de remédios, as farmácias 85%. O fato fez o Parlamento decretar crise humanitária no País. O governo raciona a energia elétrica em 10 Estados. A Hidrelétrica de Guri geradora de 70% da energia no País está perto do colapso. A Coca-Cola cessou a produção de refrigerantes por falta de açúcar. A oposição protesta nas ruas para pressionar a saída do Presidente.
O cenário é de mal-estar social, e a inflação projetada pelo FMI é de 700% para 2016. O País tem cortes diários de energia elétrica e água, além dos altos índices de criminalidade. Hoje, a Venezuela só perde para Honduras no ranking dos Países mais violentos do mundo. Milhares de pessoas peregrinam nos supermercados em busca de produtos básicos como leite, arroz, óleo de cozinha e macarrão.
Para piorar, a busca por alimentos e produtos básicos tem se tornado violenta. Segundo a imprensa local, dezenas de lojas são saqueadas no País. Notícias apontam que o Presidente ameaça extinguir o Parlamento porque, segundo ele, a Assembleia Nacional, de maioria da oposição, perdeu a validade política por não estar desconectada com o interesse nacional, sendo o fim do legislativo uma questão de tempo.
O herdeiro do chavismo diz ser vítima de conspiração golpista internacional. Por isso, declarou Estado de exceção e ampliou ainda mais seus poderes. O Presidente busca, a qualquer preço, consolidar o socialismo no País em louvor ao que chama de Revolução Bolivariana. Entretanto, a maioria dos venezuelanos resiste a isso e prefere a República Democrática.
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