O que podemos esperar da saúde dos brasileiros

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O tão anunciado apagão da saúde está mais próximo. A não ser que os estados recebam do Governo Federal oxigênio e glicose. Mas se dependermos do orçamento nacional da saúde sabemos exatamente o que deverá acontecer. O plano é implantar a DRU, a Desvinculação das Receitas da União. O resultado imediato será reduzir o orçamento da saúde por conta da desobrigação de aplicar nela uma porcentagem da arrecadação. No programa Roda Viva da TVE de São Paulo, Armínio Fraga identificou a proximidade da DRU e o seu resultado nefasto sobre a saúde. Cortar na saúde é ampliar as péssimas condições existentes hoje. O que está péssimo ficará pior. Aqui no Rio Grande onde 70% da assistência ao SUS é prestada pelos combalidos hospitais filantrópicos, só um passe de mágica ou um milagre manterá o sistema em atividade. Os mais de 240 hospitais filantrópicos gaúchos, a maioria deles único recurso em sua região, já estão atrasando salários e reduzindo sua prestação de serviços ao SUS. Enquanto isso o Estado mantém sua obrigação de investir 12% do seu orçamento em saúde. Mas aqui a DRU tornou-se DRE (desvinculação das receitas do Estado). Dos 12% do orçamento previstos anualmente 7% são dedicados à atividade direta de prestação de assistência à saúde pública. Os demais 5% incluem o IPE – Saúde, a cobertura dos inativos do IPE, a saúde da Brigada Militar e o pagamento a outros órgãos estatais por serviços prestados à Secretaria da Saúde. A Procuradoria Geral do Estado, por exemplo, cobra seus serviços prestados à saúde nos casos de processos de judicialização.

Em resumo: pior do que está ainda pode ficar. A grande indagação é se um ministro engenheiro terá condições de reverter estas expectativas funestas. O que mais me surpreende é não existir um único médico no país com credenciais suficientes para assumir o Ministério da Saúde.

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