ROGER, deus e demônio na onda do mar.

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Perder para o Sport não me incomoda. Perder para o Sport levando quatro me incomoda mas não me tira do prumo porque fizemos dois. Tropeços do tipo são do jogo, ainda mais num campeonato em que o Santa mete um monte num ou noutro clube grande, e vez que outra a Chapecoense faz crimes ali e aqui. O que me incomoda? É a espantosa capacidade que temos de levar gols de grandes e pequenos em bolas alçadas para a área em todos os jogos, e nem falo do gol do Diego Souza que pulou nas nuvens e mais do que todos, ainda que no meio de dois – falo da frequência.

Há algo errado no esquema defensivo. E muito errado. Gol de bola aérea todos levam, mas não vejo um time brasileiro que está na disputa que leve tantos gols e com tanta facilidade e, pior, mesmo com um jogador acima da média como Geromel que, por sinal, ainda que possa falhar eventualmente é diferenciado e do meio para trás quase impecável. Aliás ontem fez os dois, o que por si só é sinônimo de absolvição e além de cuidar da sua área e andar por todos os cantos do campo lhe sobra disposição para ir até a do adversário e fazer gols com ou sem a cabeça: a propósito, a cabeça que não lhe falta parece estar ausente em outros.

Postura defensiva é treino. E o responsável pelo treino é o treinador.

Não, não acho que Roger tenha que ser trocado, ele não é deus nem demônio, e na verdade dos disponíveis não cambiaria por nenhum outro, e muitos dos que estão empregados também não.

Seria de trocar ele por Cristovão, Autuori, Diego Aguirre, Ricardo Gomes, Givanildo, Guto Pereira, Gilson Kleina, Delamore, Levir Culpi, Milton Mendes, Eduardo Baptista, Osvaldo de Oliveira, Mancini ? Ou mesmo Renato? Luxemburgo?

Roger tem um custo razoável, não perde para nenhum dos citados – evitei citar o recente e atual do adversário vizinho porque os paradigmas grenalizariam – e a troca não traria vantagens, hoje, nem para o ambiente.

Para colher a linha da hora: ele está bom de relacionamento e os resultados são aceitáveis. Não é deus nem demônio mas está como a onda no mar – um vai e vem. E este vai e vem atrapalha, não nos deixa bem.

Mas que ele não está sendo eficiente no quesito defesa, não está mesmo. Roger ainda é um treinador iniciante, ainda lhe falta experiência e ainda tem muito que aprender. Seu discurso é bom. Provou, ano passado, ser do meio e ter futuro, porém, o futuro chegou. Um título vem com defesa sólida e ataque que faça gols.

Esta frequência de erros da defesa se arruma, repito, com treino e postura. Se os jogadores não estão acertando fica evidente que a correção disto não lhes pertence.

O Palmeiras tirou pontos ainda alcançáveis, mas ou se corrige isto ou estaremos abdicando do título logo ali, e convenhamos vaga na LA é ótimo, desde que se ganhe ou ao menos se chegue perto. Do contrário ela não serve de nada. E pior, até atrapalha o inicio do ano.

Contra o Sport o Grêmio demonstrou ser inconfiável. Não que antes tenha se mostrado confiável, mas nesta trilha que se move a esperança vem e vai como, como uma onda no mar.

Levar tantos gols é para os fracos.

Estes tombos obrigam sempre a ganhar a próxima, e time que entra sempre com a obrigação de ganhar a próxima fica neste vai e vem irritante. Como num jogo de basquete onde a vibração é sempre efêmera, antes do grito, vem a cesta do adversário.

E lá se vamos nós obrigados de novo na Arena. A abdicação do título passa por jogos como o de ontem. É hora de mudar isto, ou se muda ou faremos campanha de marolinha.

Saudações Tricolores

 

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