O EQUILIBRISTA | Por Walter Lidio Nunes

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Aproxima-se o dia do impeachment e da efetivação do Governo Temer, que assumirá num quadro social de rejeição e de expectativas sociais de que algo mude no Brasil. A população demonstra, claramente, um descontentamento com o modelo de governança atual e com sua classe de políticos. Tem a consciência de que é necessário gerar empregos e desenvolvimento com serviços públicos de qualidade. Para tanto, há reformas imprescindíveis que dependem do Congresso para a sua efetivação. Este, no entanto, mostra-se fragilmente  convergente no apoio às medidas amargas  necessárias e (sabemos!) que, para agir, exige “agrados” patrimonialistas do Executivo.

 

O Governo temporário Temer, até aqui, transigiu para manter a base de sustentação no Congresso que lhe assegurasse o impeachment da sua antecessora. Mas no day after, qual será seu comportamento?  Terá lideranças no Congresso que efetivem as reformas fundamentais à nossa retomada para o crescimento?

 

Neste contexto, ainda teremos os desdobramentos da Lava Jato que, possivelmente, poderão atingir nomes da base do governo. O futuro de Temer é de equilibrista no fio de arame, num esforço para conjugar os planos para mudar o Brasil com o apoio e as expectativas de um Congresso patrimonialista focado nas próximas eleições. A sociedade tem se mostrado observadora e descrente, verificando as ações e atitudes do Governo que possam indicar que estamos mudando o Brasil. Teremos, ainda, as corporações associadas a movimentos de oposição, todos ativos na defesa dos seus interesses menores, em detrimento da sociedade.

 

Em médio prazo, a próxima eleição presidencial servirá para dividir a base temporária de apoio congressual.  A grande questão é como Temer se comportará neste cenário complexo que demandará uma grande habilidade para equilibrar uma convergência sociopolítica para medidas mínimas que visem à retomada do crescimento sustentável. Espera-se  que o custo desta convergência não tire a direção das reformas prioritárias pelas quais o Brasil tem, necessariamente, que passar. Espera-se que a sociedade brasileira, através de suas lideranças, participe para apoiar – não ao Temer, mas ao Partido Brasil que ele possa representar; para não deixar que os políticos e as corporações mobilizadas decidam o que é bom para eles e, não, para o Brasil.

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