A REDUÇÃO NAS ESTATAIS | Por Yeda Crusius

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O Brasil vive com 149 estatais. Muitas, criadas no ciclo militar a partir de 1965, fizeram parte da estratégia de fabricar aqui que era importante no novo ciclo – inclusive com a reserva de mercado para computadores e a criação de polos petroquímicos. Nos recentes tempos Dilma-Lula, a partir de 2003, foram criadas mais 41 estatais. Para tudo, e hoje se sabe, não com a estratégia de fabricar no país bens do novo ciclo tecnológico, e sim para aparelhar o governo e permitir que o mesmo extraísse do país todas as riquezas que a ele, governo, interessava. As estatais mais antigas, como Petrobras, Correios, Eletrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, receberam a “nobre missão” de servir ao governo e seus apaniguados, fazendo fluir seus produtos e serviços do modo como balanços recentemente mostram: gerando um insustentável prejuízo, gerando um impulso inflacionário e uma brutal e persistente recessão, com 22 milhões de desempregados e uma indústria anêmica.

A hora de pagar a conta chega. O ajuste no Banco do Brasil mostra o tamanho dessa conta: fechamento de 31 superintendências regionais e de 832 agências, demissão de mais 18 mil funcionários, e transformação de agências em 255 unidades de atendimento digital. Isso vai mudar a vida de muita gente, há décadas acostumadas a ir até a agência bancária para resolver suas pendências e dúvidas. A era digital exige muito disso. Não sabemos o quanto vai mudar a vida dos que dependem das linhas de crédito do banco para continuarem suas atividades.

O certo é que nesse período de governos petistas a taxa de juros cobrada pelo BB foi instrumento da “nova política econômica”, baixa portanto em relação às taxas praticadas no mercado, gerando imensos prejuízos. No seu portfólio o Banco foi abrigado a abrigar papéis de empresas de “amigos do rei e da czarina”, perdendo grande parte do valor na crise subsequente. Neste terceiro trimestre o lucro do banco caiu 19%. A galinha dos ovos de ouro adoeceu, e é preciso um tratamento sério de saúde.

O processo de emagrecimento das estatais infladas e das inúteis está apenas começando. A Petrobras já conseguiu vender parte de seus ativos, como a área de distribuição de gás, para reequilibrar parte de seus prejuízos. Não vi nenhuma manifestação de centrais sindicais ou nacionalistas nas ruas. O que será das outras aos poucos vamos sabendo. É bom que o ajuste vá sendo feito enquanto o gigante, antes adormecido e hoje desmaiado, não se recupera. Vamos precisar dele são.

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