A possibilidade do fechamento de leitos psiquiátricos na Zona Sul do Estado motivou uma visita da diretoria do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) à região. A diretora Gisele Lobato visitou o Hospital Espírita de Pelotas (HEP) e o Hospital Psiquiátrico de Rio Grande. As duas instituições totalizam quase 300 leitos nessa especialidade. “São instituições muito importantes na região e que atendem pacientes que não podem ser desamparados. Uma das lutas do SIMERS é pelo não fechamento de leitos psiquiátricos e queremos contribuir da melhor forma para que isso não aconteça”, explicou a diretora do Sindicato, Gisele Lobato.
No HEP, o administrador da instituição, Tiago Martinato, explicou ao SIMERS que cada paciente custa R$ 159,70 por dia. Porém, a direção recebe apenas R$ 73,73. Na casa de saúde trabalham 200 funcionários e 21 médicos, que estão com os salários em dia. A instituição conta com 199 leitos, sendo 160 para atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e 39 para convênios e particulares. “No ano passado, atendemos a pacientes de 88 municípios, quando o normal seria receber de apenas 22”, salientou.
Martinato acrescentou ainda que o hospital recebe menos do governo do Estado para atender os pacientes psiquiátricos do que um hospital geral receberia para executar o mesmo trabalho. Acrescentou que o governo do Estado acenou com a possibilidade de ampliar o repasse mensal de cerca de R$ 89 mil para R$ 160 mil. Porém, disse que a direção busca outras alternativas para garantir o funcionamento e o atendimento. A seguir, a diretora Gisele visitou as dependências do HEP, acompanhada da coordenadora Julia Frio.
Em Rio Grande, o SIMERS visitou o Hospital Psiquiátrico, que tem 100 leitos e corre o risco de perder parte deles. Acompanhada do presidente do Sindicato Médico do Rio Grande (Simerg), Horário Brum, a diretora Gisele foi recebida por um grupo de residentes, que mostrou a principal ala da instituição. Os Sindicatos foram informados de que há necessidade de novos preceptores para auxiliar no aprendizado dos jovens e que há necessidade de maior aporte de recursos. Na cidade, Gisele e Brum também tiveram encontro com o psiquiatra Lino Zanatta, articulador pela classe médica de um projeto que pretende revitalizar a instituição, transformando-a em um Centro Regional de Atenção Integral em Saúde Mental (Craism). A proposta foi encaminhada ao governo do Estado, que ainda não se manifestou a respeito.
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