Para começar, nós. Respondendo a minha irmã que em momento de desânimo perante o Brasil que se vê pela TV perguntou o que será do país dos meus netos? E eu disse: lá adiante eles é que vão construir o país que quiserem, ou que puderem. A nós cabe fazer hoje a nossa parte. O certo é que receberão o que nós fizermos do Brasil hoje, e sobre a herança recebida é que poderão ter a própria autonomia, a própria decisão.
Se não mudarmos hoje o que trava nosso desenvolvimento e torna anêmica nossa esperança de um país melhor, as futuras gerações estarão recebendo um problema do tamanho do Brasil: gigante. O Estado como é constituído, opressor por natureza, é assim aceito se entrega os frutos para os quais foi criado. Anda falhando muito nessa responsabilidade porque foi sendo apropriado pelos seus modernos donos, as corporações que se beneficiam em proveito próprio desses frutos, deixando faltar aos cidadãos mesmo o mínimo. Anda disfuncional e destrutivo. Urge reformá-lo. Mas para isso, é fundamental que os cidadãos exijam essas reformas.
O que anda mal vai sendo mostrado pelas estatísticas. A atual geração de estudantes mal aprende o mínimo: sua língua e a matemática. Sim, há núcleos de excelência! Por quê não se difundem? Muitos de seus pais amargam desemprego. O sistema de saúde não dá conta nem colocando nos corredores quem dela vai se socorrer. Em estados como o Rio de Janeiro aposentados e servidores ficam sem receber seu salários por meses. O que na nossa geração e na anterior então está falhando?
Para mim a mais grave das estatísticas vem dada pelo Atlas da Violência, estudo realizado pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que o Brasil registrou 59.080 homicídios em 2015, uma média de 28,9 mortes para cada 100 mil habitantes. Em 2012, com média inferior, o país já era responsável por 10% dos homicídios cometidos em todo o mundo. Segundo a análise, entre 2005 e 2015 foram assassinados 318 mil jovens brasileiros. Uma tragédia.
A se acreditar no relatório divulgado pelo instituto de pós-educação suíço IMD, em parceria com a Fundação Dom Cabral, legaremos uma nação na lanterna da competitividade global. O levantamento, anual, mostra que em um ranking de 63 países, apenas Venezuela e Mongólia estão em pior posição do que nós. Contribuíram para esse desempenho as crises política e econômica, além da corrupção institucionalizada, que situa o Brasil entre os 10 piores países do mundo para se fazer negócios.
Mudar esse quadro é possível, e exige dos governos um trabalho coordenado, de gestão, serviços públicos melhores e um forte investimento em prevenção para inverter essa escalada homicida que enluta famílias país afora. Afirmo porque as estatísticas mudaram para melhor em apenas 4 anos à frente do Governo do Rio Grande do Sul, com a implementação do PPV – Plano de Prevenção à Violência, como mostro no meu site www.yedacrusius.com. O PPV levou saúde, educação, segurança pública, arruamento, iluminação, empresas, preparação de agentes sociais da própria comunidade, a comunidades antes fortemente atingidas pela violência. Quando se coloca em andamento uma política pública responsável, a mudança acontece. Não é preciso lançar mão de obras faraônicas para melhorar o Brasil, e sim compromisso para com o bem comum e responsabilidade. Bem informado do que é preciso e possível fazer, o povo poderá escolher, exigir, e ajudar a fazer.
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