QUERER É PODER– MAS NÃO SÓ | Por Yeda Crusius

QUERER É PODER– MAS NÃO SÓ | Por Yeda Crusius

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O ditado popular diz que querer é poder, ligando os dois verbos: quando se quer de verdade, se faz de tudo para se ter o que se deseja. Daí a se conseguir é outra história. Querer é uma condição necessária para poder, mas não suficiente. Não basta querer para se conseguir, é necessário construir todo um caminho com começo, meio e fim, ou seja, é preciso fazer acontecer o que se deseja. Como governo do estado quisemos colocar ordem nas contas públicas, isso porque tínhamos o objetivo de fazer com o dinheiro público mais e melhor de tudo aquilo que é responsabilidade primeira dos governos, principalmente saúde, educação e segurança. Dada a complexidade do mundo político, o mundo do poder, decidimos que para ter sucesso no compromisso firmado em Plano de Governo eleito em 2006 era preciso enfrentar o poderoso e articulado “exército do contra”. Formado pelos que ganhavam com a situação crítica vigorante à época, que incrementava e perpetuava o déficit público impedindo os governos de fazer o que deviam, esse exército deu trabalho. Vencemos porque tivemos coragem para fazer, lema do governo empossado em 2007.

Há semanas, desde o anúncio de 17 de maio alardeado pelo Sistema Globo de Comunicação da existência de vídeos que poderiam derrubar o Governo Temer, vejo reproduzirem-se opiniões sobre a pretensa apatia do povo brasileiro, porque as ruas e praças não estão lotadas daquela multidão quem desde 2013 até 2016 exigiu a deposição do Governo Dilma. Se quisesse fazer acontecer a deposição do Governo Temer, essa multidão já estaria nas ruas. Ela não quer isso. Simples assim, ela não quer porque sabe mais do que os que a qualificam de apática pensam que sabe. Não a subestimem.

Embora não esteja nada satisfeita com a sequência de escândalos que se sucedem praticamente todos os dias, a multidão que fez o impeachment sabe que não mais saem da Petrobrás ou do BNDES ou dos fundos de pensão os bilhões que irrigaram o tsunami da corrupção que foi a principal – mas não a única – causa da queda do Governo Dilma. Fecharam-se as torneiras do dinheiro público que fluiu para os sócios da ORCRIM montada pelos governos do PT desde Lula presidente.

Ainda não está satisfeita com a mudança de rumo da economia, que despencou em recessão de 2014 até 2017, gerando um desemprego de 14 milhões de trabalhadores que tinham carteira de trabalho assinada, e que apresenta sinais positivos desde o começo do ano. Celebra a taxa de inflação de menos de 4% ao ano, a queda dos juros, o crédito a pequenos pelo BNDES, e muitas medidas microeconômicas que vão fazendo retornar a confiança na economia. Não é pouco, sabe a multidão que pediu muitas coisas que ainda não se concretizaram. Mas o que já foi feito já justifica seu grito dado desde 2013. Aguarda que a guerra entre poderes seja mediada e que os escolhidos pelo voto livre em 2018, como manda a Constituição, continuem no rumo que um país tão grande e potencialmente rico como o nosso – vide o agronegócio – aponta para todos os acreditam que a crise é grave, mas tem solução. Afinal já passamos por várias, e delas saímos sem dar ganho aos que torcem pelo retrocesso, que lhes serve. Para isso, que as instituições se desaparelhem e cada uma cumpra a sua missão. É necessário, como o que vale para o ditado do título. Não suficiente, mas necessário.

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