SE EU FOSSE PRESIDENTE | Por Ricardo Soletti

SE EU FOSSE PRESIDENTE | Por Ricardo Soletti

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Se eu fosse presidente do Inter por um dia, eu teria muito trabalho. Mas tentaria resolver os problemas assim:

 

Capítulo Melo

Ligaria para o Melo. Melo tem uma cara boa, parece ser um cara legal. Seria um ótimo pai da minha namorada ou alguém de quem eu comprasse um carro usado. Mas já provou, desde o começo do ano, que o futebol não é com ele. Tá visivelmente fora do habitat natural, não tem convicção naquilo que fala ou que faz. E suas entrevistas sempre dão uma vergonha alheia. O problema do técnico, começa necessariamente por um diretor que não cobra porque simplesmente não entende de futebol nem sabe o que cobrar.

Aí, se ele ficasse brabo, ofendido e me pedisse os motivos, eu daria alguns:

1) Você não tem espírito de liderança dentro do vestiário.

2) Você demitiu o Zago – técnico emergente e seguiu na linha do técnico emergente que também fracassou.

3) Você não tem poder de indignação nem de cobrança.

4) As poucas convicções que você tem são equivocadas. Exemplo: Cirino.

4) Suas entrevistas só pioram a situação.

Quem eu traria: para o lugar do Melo eu não iria atrás dos amiguinhos de canastra ou surfe. Eu tentaria o Muricy para o cargo porque entendo que é hora de trazer caras que entendam mais de futebol e vestiário do que de finanças e diplomacia.

 

Capítulo Guto

Assim que desligasse o telefone, demitiria sumariamente o Guto Ferreira. São 12 jogos em que o time joga pior a cada jornada. Tá apavorado, perdido e sem a minima capacidade de inverter o rumo que a barca tomou. Provou, infelizmente, que é técnico de clube pequeno.

Quem eu traria: neste momento eu tentaria tirar o Luxa do Sport. Sim, o Luxa. Porque entende de futebol, fala o futebolês, é respeitado pelos jogadores e tá louco pra fazer um bom trabalho e mostrar pro Brasil que ainda entende dos paranauês.

Como segunda opção, eu efetivaria Odair Hellmann – porque é respeitado pelo grupo, já entende o clube e sabe exatamente o que tá acontecendo no vestiário.

Fora isso, Roger seria uma perda do tempo que não temos até se ambientar e conhecer o clube e o grupo – sem falar na fala mansa.

Dunga é invenção de amiguinho jornalista que fica forçando a barra pra ter informação privilegiada e crescer na parede com o Nelson.

Emergentes como Winck e Beto Campos seriam apenas uma repetição do calvário vivido pelos dois técnicos anteriores.

Capítulo Grupo de Jogadores

Bom, feito isso, eu convocaria uma reunião apenas com o grupo de jogadores. Lá dentro, no local sagrado do vestiário. Sem imprensa, sem aspone, sem conselheiro que não tem o que fazer. Só eu e os jogadores.

Assim que entrasse, fecharia a porta e diria:

Senhores, quero lhes informar que o Roberto Melo não é mais o diretor de futebol do clube.

Aproveito também para dizer que Guto Ferreira também não é mais o técnico de vocês.

Me encaminharia até a porta do vestiário e a deixaria aberta. Voltaria para o meio da roda de jogadores e diria:

Seguinte: fiz questão de deixar a porta aberta para fazer um convite a todos aqui:

o cara aqui que, por falta de vontade, medo da torcida, preguiça, vergonha da série B ou outro motivo qualquer que não queira mais jogar no Inter, por favor, saia agora. Sem problema nenhum. Vamos ver outro clube, tentar uma transferência, isso a gente resolve. Quem não quer mais ficar aqui, sai agora.

Esperaria uns dois minutos. Depois de ter dado o devido tempo para os dissidentes, iria até a porta e a fecharia novamente. E aí começaria a falar:

Bom, quem ficou aqui ficou com o compromisso de jogar com vergonha na cara. Vocês estão vestindo a camisa de um dos maiores clubes do mundo, de uma das torcidas mais apaixonadas do mundo. E que só está na segundona muito por causa dessa apatia, dessa falta de vontade, dessa falta de vergonha na cara que eu tô vendo aqui. Acabou!!!!

O Inter não é clube pra chinelinho, pra vagabundo, pra boca aberta que treina a semana inteira e não consegue repetir minimamente nos jogos.

A folha salaria de você é três, quarto, cinco vezes maior do que a da grande maioria que dispiuta a segundona.

Vocês ficarão marcados como o grupo que não conseguiu fazer um clube grande subir. Querem ficar marcados com isso?

Então, se mexam!! Acabou o paternalismo nessa porra!!! A partir de agora é: tá sem vontade, tá sem força, tá fora!!!

E pra encerrar: já tenho que pensar no planejamento orçamentário de 2018. Pela tabela e pelas atuações, eu sou obrigado a imaginar que teremos a verba de TV reduzida pela metade ano que vem. Portanto, temos que nos preparar: a partir de agora, não temos mais viagem fretada nem hotel cinco estrelas. Bem-vindos à segundona, senhores.

E sairia dali, certo de que, em um dia, fiz mais pelo Inter do que todos estes jaguaras juntos desde janeiro.

 

Na boa ou na ruim, Colorado até o fim.

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