O Brasil precisa se inserir de forma efetiva na economia globalizada, aumentar suas exportações e crescer a taxas de 6% a.a., condizentes com o seu potencial. Deve reestruturar a competitividade sistêmica pois, sendo a nona economia do mundo, participa, apenas, com 1,2% das exportações globais. É o 25º país exportador e ocupa a 81ª posição em competitividade. Vários fatores explicam a situação, a começar pelas relações comerciais: somos o 3º país mais fechado, o que afeta a indústria de transformação e faz com que 40% das exportações sejam commodities de baixo valor agregado e apenas 18% sejam produtos de média/alta intensidade tecnológica (China 46%). O “Custo Brasil” encarece em 40% a nossa produção em relação à Europa e aos EUA.
A imensa carga tributária suporta a paquidérmica máquina pública em detrimento de investimentos em infraestrutura de logística, que representa 13% do PIB e nos coloca na 55ª posição mundial. Apesar do potencial hidráulico, o custo da energia elétrica por falta de investimentos nos leva à 6ª posição de maior custo. Estamos em 3º em dificuldades burocráticas, com ônus de R$ 50 bilhões/ano. O licenciamento ambiental, com 30 mil normas, trava investimentos. A produtividade brasileira representa 20% da alemã e da americana e 30% da da Correia do Sul. A 69ª posição em inovação gera apenas 41 mil patentes/ano (tempo médio para obter-se uma patente é de 11 anos), enquanto os EUA geram 2,2 milhões com um milhão de cientistas (nós temos 60 mil). A educação brasileira está na 65ª posição. O custo unitário do trabalho cresceu 158% em 10 anos, e somos líderes mundiais em processos trabalhistas: 2 milhões/ano (nos EUA, são 75 mil e, no Japão, 2,5 mil). Na facilidade de contratar/demitir, estamos em 137º. A corrupção endêmica do modelo político-corporativista-patrimonialista-clientelista nos dá a 69ª posição entre 175 países.
Assim, o ambiente para o empreendedorismo no Brasil ocupa o 116º lugar. Além da previdência, precisamos da agenda de reformas para poder empreender e competir na economia globalizada. Precisamos liderar, discutir e eleger atores políticos compromissados com o Brasil e com as reformas necessárias para aumentar exportações, alavancando um crescimento sustentável e trazendo maior qualidade de vida para os brasileiros.
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