O contexto da crise vivenciada pelo nosso Estado só foi percebido socialmente no momento em que os funcionários públicos não receberam seus salários. O custo da máquina estatal subiu mais do que a economia e a enorme carga tributária, gerando um déficit crescente. O Estado patrimonialista fez concessões indevidas que redundaram numa das maiores dívidas estaduais do País, graças à alienação social frente ao ativismo das corporações. Estas, junto com os políticos, são corresponsáveis pela crise que aí está. Desconsideram o histórico deste déficit fiscal e ainda culpam e pressionam o Executivo a pagar servidores e a prestar serviços qualidade.
Só há um caminho: enfrentar as causas da crise sem maquiagens e sem as versões mentirosas daqueles que usufruíram dos benefícios – participantes ativos da sua construção. O Executivo estadual precisa do apoio da sociedade para viabilizar uma agenda mínima reformista supracorporações para ter, no médio prazo, um RS renovado e indutor do bem social, com serviços públicos de qualidade. É necessário reduzir o Estado e aumentar a sua eficácia, além de limitar benefícios e benesses e de igualar as condições do emprego público ao privado. Deve-se, ainda, privatizar tudo aquilo que cabe à esfera privada exercer.
Os benefícios concedidos aos mais necessitados através do assistencialismo clientelista formou eleitores-clientes do corporativismo, inibindo o desenvolvimento da cidadania plena, pois esta poderia significar o fim da sustentabilidade política. Ao Governo cabe apresentar à Assembleia Legislativa as novas medidas convergentes como o único caminho a seguir. À sociedade, caberá controlar quais os deputados que estão a favor de um RS melhor para todos, registrando as posições que refletiram a qualidade política no seu papel de compromissos com o Estado.
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