Conhecer o grupo do Inter como a palma da mão tem seu ônus e bônus. O bônus todo mundo. O ônus é que um erro de escalação acaba sendo bem mais criticado caso o técnico estivesse ainda conhecendo o grupo.
Não é o caso do Odair.
No jogo de ontem, em que pese a péssima e lamentável atuação de um juiz fraco, vaidoso e um pouco assustado – pra não dizer coisa mais forte, o Inter fez muito pouco para ter uma sorte melhor.
O Brasil foi reconhecidamente melhor, principalmente depois da expulsão descabida do nosso lateral direito, aos 33 minutos do primeiro tempo.
Mas, mesmo com um a menos, é inaceitável que um time da grandeza do Inter dê apenas um chute de bola rolando ao gol adversário.
No que toca ao nosso técnico, acho que o Odair cometeu três erros quase que infantis e que, de certa forma, contribuíram para o desfecho negativo de ontem. Vamos a eles:
1) Odair e as pedras do Beira Rio já viram mais de dez vezes Charles e Rodrigo Dourado atuando juntos. E já deveriam ter notado que isso simplesmente não funciona. Dourado foi, é e sempre será primeiro volante. Não dá pra atribuir a ele a função de criação pelo simples fato de que Dourado não sabe criar. Chegar à frente é uma coisa. Criar é outra completamente diferente. Aí acontece o que vimos ontem: os dois batendo cabeça e o Dourado correndo atrás da bola feito aquelas rodas de bobinho. Só que eternas.
2) O segundo equívoco da tarde foi ter deixado o Inter jogar sem nenhum armador durante 30 longos minutos. Tempo em que o Brasil de Pelotas relaxou, não foi ameaçado e quase matou o jogo por umas três ou quatro oportunidades. Tirar o Camilo no intervalo pra colocar o Winck deixou o time até sem o 1% de colaboração que o Camilo havia dado no primeiro tempo. E com Juan Alano, que tinha ido muito bem contra o Avenida, no banco. Aí, voltamos a ser aquele time sem cérebro tantas vezes visto em 2016.
3) A cerejinha do bolo de equívocos da tarde foi, aos 30 minutos, colocar o Juan, mas tirar o Roger. Aí eu não entendi mesmo. Estávamos perdendo, o jogo no seu final e o técnico me tira o centroavante. Parecia feliz com o resultado mínimo adverso.
Enfim, como todo colorado que perdeu duas horas de sua vida assistindo ao jogo de ontem, eu também não gostei do time. E, pela primeira vez na temporada, também não gostei das decisões do Odair. A derrota passou por ele.
Mas também, por outro lado, há de se controlar a histeria coletiva. Odair errou, mas isso não dá uma ideia definitiva do que será o ano do Inter. É preciso avançar, escolher um time titular e insistir na ideia. Futebol é treino e repetição.
Ficar ouvindo conselheiro abutre e oportunista que fica esperando um tropeço pra sair criticando e deitando falação é, no mínimo, desinteligência. Ainda mais em ano de eleição.
Eu sigo acreditando no trabalho do Odair. Sigo achando que teremos um ano bem melhor do que os dois anteriores. E que este caminho do Odair ainda vai ter muito luz em 2018. Nem que seja usando a lanterninha que anda perdida ali num bairro limítrofe de Porto Alegre.
Beijos e acreditem.
Na boa e na ruim, Colorado até o fim.
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