Venezuelanos buscam refúgio em outros Países para fugir do regime | Por Dilmar Isidoro

Venezuelanos buscam refúgio em outros Países para fugir do regime | Por Dilmar Isidoro

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A situação política e econômica na Venezuela preocupa o mundo, em especial, as Américas pela proximidade. Antes de pautar esta matéria, é importante voltar no tempo para proporcionar aos nossos leitores o melhor entendimento acerca das causas que fizeram da Venezuela, um ambiente de incertezas com estrondoso caos político e econômico, razão que estimula fugas em grandes proporções de seus habitantes a Países vizinhos para escaparem da fome, do desemprego e das represálias do ditador que persegue seus patrícios opositores do regime que impôs na Venezuela.

 

Hugo Chaves, extinto Presidente daquele País (1999-2013), utilizava entre suas retóricas preferidas, expressões que amaldiçoavam o capitalismo. Segundo ele, e conforme suas conveniências, o capitalismo usurpa os direitos dos trabalhadores pobres. Chaves se inspirou na Revolução Cubana para promover o que chamou de Revolução Bolivariana Socialista, cujo objetivo era o de instalar a ditadura (silenciosa) e promover a pseudo equidade de renda a seus compatriotas. O sucessor de Hugo Chaves – Nicolás Maduro – preocupa o mundo com seus atos arrogantes e ante democráticos.

 

Ele dissolveu os poderes constitucionais do País para concentrar em si o poder supremo de governo, através do que chamou de “Assembleia Nacional Constituinte”, composta na plenitude por seus correligionários chavistas. Também, o recente ditador tem sido acusado de corrupção e fraude nas eleições locais para favorecer o seu partido socialista.

 

Não é novidade para ninguém que a Venezuela é um dos principais Países exportadores de petróleo do Mundo sendo integrante da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Seu solo é privilegiado por guardar grande quantidade de petróleo que garante extração por pelo menos mais um século. Por conta disso, o País concentra sua principal receita nas divisas vindas desta commodity mineral. Talvez por este motivo, os Governos locais não promoveram a diversificação da economia, fato que agora começa ser insuficiente para enfrentar a concorrência global de vários tipos de commodities e também por terem surgido fontes alternativas de energia renovável que pressionam o preço do petróleo, para baixo, no mercado internacional.

 

O conjunto desses fatores deflagrou evasões de venezuelanos desesperados para Países vizinhos, pois lhes faltam produtos e serviços essenciais como: alimentos básicos, medicamentos, atendimento hospitalar, produtos de higiene e limpeza, energia elétrica, trabalho, segurança, etc. O desemprego crescente e o desabastecimento geram longas filas nos mercados que vendem produtos (quando têm) tabelados pelo Governo com limites de quantidades por pessoa.

Fonte: Reuters – Prateleiras vazias nos supermercados venezuelanos.

 

A inflação é a maior da América Latina. Segundo o Banco Central Venezuelano, em 2016 a inflação superou a marca de 800% e o PIB (lado da demanda) recuou 18,6%. Isto mostra o empobrecimento do País que atravessa recessão profunda e fragiliza cada vez mais sua economia, a confiança do povo e dos credores. O risco de default (calote) nos credores é alto, dificultando ainda mais a capacidade de o País renegociar suas dívidas e atrair novos investimentos internacionais.

 

O caos na Venezuela estimulou milhares de pessoas a experimentarem o exilio forçado em vários destinos. No Brasil, a principal entrada é através de Roraima. Segundo a mídia, mais de 40 mil pessoas já cruzaram a fronteira com o Brasil em busca de alimentos e empregos. O acumulo de imigrantes que chegam, tem causado desconfortos para brasileiros e estrangeiros. O fenômeno migratório, também ocorre em direção à Colômbia e outros Países próximos, em especial, os latinos.

 

Este conjunto de efeitos danosos de um regime político autoritário que não cuida de sua gente, tem levado muitos Países a protestarem na ONU e não reconhecerem a legitimidade da Assembleia Nacional Constituinte Venezuelana que começa a ser penalizada com pesados embargos e isolamento internacional por ter abandonado as regras democráticas e reprimir opositores.

 

Enquanto isso há uma legião crescente de pessoas que sofrem com a irresponsabilidade e opressão de um ditador com sede de poder e sem apoio popular.

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