Para muitos uma mudança apenas de nome. Para outros, uma nova marca e um novo valor de mercado que pode chegar em alguns anos a estratosféricos 800 bilhões de dólares.
Junto com esta mudança, anunciaram que vão parar de realizar reconhecimento facial e excluirão toda a sua base de rostos cadastrados desde 2010.
Uma nova era? Sim, com foco na privacidade. Se realmente eles cumprirem o que estão anunciando, estamos vivenciando uma mudança sem precedentes nas redes sociais vigentes na atualidade, sendo a empresa Meta (Facebook) a primeira a se adequar positivamente às ideias de privacidade.
Em relação ao metaverso, que trata da realidade virtual anunciada por Zuckerberg, temos pontos para acreditar na sua aplicabilidade no mundo jurídico e também outros motivos para crer que não chegarão nele.
A favor, já temos hoje a utilização de softwares que simulam realidade virtual para recompor cenas de crimes, acidentes de trânsito, entre outras demandas. Pensar em óculos virtuais e ambientes neste sentido tem nexo causal.
Contra, temos o exemplo do Second Life, um ambiente virtual criado em 2003 e mantido até hoje com a ideia de avatares e simulação da vida real (bem similar com o que o Facebook/Meta está propondo) e não caiu no gosto do público, uma vez que a interação humana se faz necessária ou quiçá, imprescindível.
Aliás, para algo como o mundo totalmente virtual dar certo, temos que acreditar num contexto onde a internet funciona muito bem, de forma estável, no judiciário, o processo seja sempre disponível e de fácil acesso, onde as partes (leia-se cidadão que buscam a prestação jurisdicional) tenham seus direitos salvaguardados em ambientes como audiências virtuais…
A realidade está a anos luz de tudo isto. Em muitos locais sequer temos internet de forma viável a manter uma conexão de sala virtual para uma audiência, imagine um mundo totalmente virtual (que ocupa uma banda muito maior de internet/dados). Sem falar no desconhecimento de muitos profissionais que hoje, num simples uso de aplicativos de sala de reuniões virtuais penam para exercer a sua profissão, imagine uma atuação com um boneco/avatar para poder cumprir o seu papel profissional!
Que venha a evolução, posto que sempre será bem-vinda, quando não ferir direitos e prejudicar a própria advocacia no seu mister de administração da justiça.
Sou Gustavo Rocha
Professor da Pós Graduação, coordenador de grupos de estudos e membro de diversas comissões na OAB.
Atuo com consultoria em gestão, tecnologia, marketing estratégicos e implementação de adequação à Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD.
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