Evento presencial e gratuito retorna à Bagé (RS) de 17 a 19 de dezembro de 2021
Bagé sedia de 17 a 19 de dezembro a 12ª edição do Festival Internacional de Cinema da Fronteira. O homenageado deste ano é o jornalista e crítico de cinema Roger Lerina. Com o recorte temático “Identidade, Pertencimento e Resistência”, a seleção reúne oito longas em competição com títulos em première nacional ou gaúcha. A programação de curtas reúne mostras competitivas internacionais e regionais. As exibições e atividades dividem-se entre o Salão de Atos da Urcamp e Centro Histórico Vila de Santa Thereza, sempre com entrada franca. Informações no site fb.com/festivaldafronteira.
O evento abre às 10h, com “Fronteriz@s”, longa coletivo composto por cinco episódios de documentário e ficção sobre singularidades culturais da região de fronteira Brasil-Uruguai. A programação segue com “Máquina do Desejo – 60 Anos de Teatro Oficina” (2021), de Joaquim Castro e Lucas Weglinski, às 18h, que analisa as seis décadas da companhia de José Celso Martinez Corrêa. Ainda no primeiro dia será exibida a comédia “Mateína – A Erva Perdida”, de Joaquín Peñagaricano e Pablo Abdala, às 20h30min. No Uruguai de 2045, a erva-mate foi proibida. Dois contrabandistas viajam ao Paraguai em busca do insumo.
No sábado é a vez de “Verona” (2021), de Ane Siderman, às 16h, uma das últimas idealizações do ator Leonardo Machado (1976-2018). Exibido originalmente em formato de série, o filme reimagina Romeu e Julieta em Bagé. Depois, é a vez de “A Nuvem Rosa” (2021), de Iuli Gerbase, produção gaúcha exibida em Sundance, às 18h. Na trama, o mundo enfrenta uma nuvem mortal que obriga todos a ficarem em casa. O documentário Cavalo de Santo (2021), de Mirian Fichtner e Carlos Caramez, encerra o dia, às 22h. Fruto de dez anos de pesquisas, a produção retrata o universo religioso afro-brasileiro no RS.
Outro título documental, “De Olhos Abertos” (2020), de Charlotte Dafol, abre a programação de domingo, às 16h. O filme retrata pessoas em situação de rua que produzem e vendem o seu próprio jornal, o “Boca de Rua” de Porto Alegre, único no mundo. O filme de encerramento é “Bravos Valentes – Vaqueiros do Brasil” (2021), de Ralf Tambke, às 18h, que registra e une a lida campeira de Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Pará e Rio Grande do Sul. A cerimônia de premiação, às 20h, encerra o evento no Centro Histórico Vila de Santa Thereza.
Os programas internacional e regional de curtas serão divididos entre os dois primeiros dias do evento. Os cineastas Zeca Brito e Frederico Ruas dividem a direção artística e curadoria de longas, enquanto Marilu da Luz e Marizele Garcia fizeram a seleção dos curtas. O XII Festival Internacional de Cinema da Fronteira é uma realização da Associação Pró Santa Thereza e Centro Universitário da Região da Campanha – Urcamp, com promoção da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de Bagé e produção da Anti Filmes.
“A retomada do audiovisual através de eventos culturais é de muito significado para a nossa cidade, o estado e o Brasil”, acredita Divaldo Lara, atual prefeito de Bagé. “O festival simboliza e mostra o que temos de melhor para o cinema e para a consagração de talentos. O audiovisual se constrói dia a dia, ano a ano em Bagé pela arte, pela cultura, para a geração de trabalho e renda”, complementa. Um dos destaques da programação é a presença de títulos relacionados à cidade e o pampa gaúcho.
“Nesta edição, a curadoria de longas buscou a produção simbólica que traduzisse o território, o sul e sua identidade”, explica Zeca Brito. “A subjetividade e o senso de lugar se revelam em filmes que dizem muito sobre os caminhos do próprio festival. As fronteiras da linguagem serão debatidas, assim como temas de relevância social, culminando na consolidação de uma produção local, com longas rodados em Bagé e na região”, conclui. O festival reúne produções de 14 países. Ao todo, mais de 130 curtas foram inscritos de diversas partes do mundo.
Longas-metragens
“A Nuvem Rosa” (2021), dir: Iuli Gerbase;
“Bravos Valentes – Vaqueiros do Brasil” (2021), dir: Ralf Tambke;
“Cavalo de Santo” (2021), dir: Mirian Fichtner e Carlos Caramez;
“De Olhos Abertos” (2020), dir: Charlotte Dafol;
“Fronteriz@s” (2021), dir: Adriana Ferreira, Alexandre Mattos, Chico Maximila, Fabi Ud, Felipe Yurgel e Luiz Alberto Cassol;
“Máquina do Desejo – 60 Anos de Teatro Oficina” (2021), dir: Joaquim Castro e Lucas Weglinski;
“Mateína – A Erva Perdida” (2021), dir: Joaquín Peñagaricano e Pablo Abdala;
“Verona” (2021), dir: Ane Siderman.
XII Festival de Cinema da Fronteira | Entrada franca
Bagé (RS), de 17 a 19 de dezembro de 2021
Salão de Atos da Urcamp e Centro Histórico Vila de Santa Thereza
Informações: Facebook | Instagram
17/12 (sexta-feira)
10h – Urcamp – Longa-metragem em competição “Fronteriz@s” | 100min
14h – Urcamp – Mostra Competitiva Regional
15h – Urcamp – Mostra Internacional de Curtas
16h – Visita Vinícola
18h – CHST – Longa-metragem em competição “Máquina do Desejo” | 110min
20h – CHST – Homenagem Roger Lerina
20h30min – Longa-metragem em competição “Mateína – A Erva Perdida” | 83min
22h – Jantar – Mosto (Praça Catedral)
18/12 (sábado)
14h – Urcamp – Mostra Internacional de Curtas
16h – CHST – Longa-metragem em competição “Verona” | 95min
18h – CHST – Longa-metragem em competição “A Nuvem Rosa” | 105min
20h – CHST – Mostra Competitiva Regional
22h – CHST – Longa-metragem em competição “Cavalo de Santo” | 71min
19/12 (domingo)
16h – CHST – Longa-metragem em competição “De Olhos Abertos” | 113min
18h – CHST – Longa-metragem em competição “Bravos Valentes” | 76min
20h – CHST – Cerimônia de Premiação
Mostra Internacional de Curtas
“Abandono” (Brasil), dir: Marcos Bulhões e Seo Cruz, 9min | “Bonne Nuit Petite Tomato” (França), dir: Nozières Cyprien, 10min | “Carmela” (Espanha), dir: Fabiola Villanueva Bernal e Alfonso Villanueva, 12min | “Cinco Histórias ou Mais” (Brasil), dir: Fádhia Salomão, 6min | “Comodos” (Argentina), dir: Victoria Chaya Miranda, 9min | “Feijão Preto” (Brasil), dir: Gabriel Caon e Luiz Eduardo Silveira, 9min | “Her Name is Carla” (Portugal), dir: Cátia Biscaia, 7min | “La Tarea” (Colômbia), dir: Juan Diego Aguirre Gómez, 6min | “Meu Nome é Maalum” (Brasil), dir: Luísa Copetti, 8min | “Narciso y Soledad” (Espanha), dir: Jose Maria Flores, 1min | “O Que Pode um Corpo?” (Brasil), dir: Victor Di Marco e Márcio Picoli, 15min | “O Recreio” (Irã/Itália), de Navid Nikkhah Azad, 12min | “Of” (Moldávia), dir: Vlad Bolgarin, 15min | “Olhos da Terra” (Marrocos), dir: Marcos Altuve, 15min | “Silent Storm” (China), dir: Grace Hsia, 10min | “Too Big Drawing” (Bielorussia), de Genadzi Buto, 5min | “Trem da Noite” (França), dir: Sofia Gutman, 3min.
Mostra Competitiva Regional
“Abero”, dir: Marcelo Rodriguez, 15min | “Afinal, que Coronel sou Eu?”, dir: Jeferson Vainer, 11min | “Cadê a Internet”, dir: Carmem Moreira, 5min | “Caras e Destinos”, dir: Denildo Miranda, 10min | “Carolina”, dir: Miguel de Souza, 12min | “Dolores”, dir: Melissa Louçan, 16minn| “Fogueira no Pátio”, dir: Mara Lima, 10min | “Não Sabem Morrer”, dir: João Portela, 10min | O Esquecido, dir: NADI (Núcleo de Audiovisual da Pessoa Idosa), 5 min | Olheiros, dir: Carmem Moreira, 15min | Relíquia, dir: Gustavo Esteves, 5min | Tava aí, dir: Gustavo Esteves, 5min | Tempo Perdido, dir: Carol Moraes, 15min | Até que meus Dedos Sangrem, dir: Vado Vergara (sobre performance de T. Poester), 5min | Maria, dir: Diego Muller, 15min | O Gaiteiro que Desceu da Caravela, dir: Juan Quintáns, 15min.
Longas-metragens em competição
“A Nuvem Rosa” (2021), dir: Iuli Gerbase | Sinopse: O mundo enfrenta um fenômeno assustador: uma nuvem rosa e mortal tomou conta do planeta, obrigando todos a ficarem em casa. Presa ao lado de Yago, Giovana luta para se adaptar à nova realidade. | Trailer: youtu.be/dYiFShN8QMs | 105min.
“Bravos Valentes – Vaqueiros do Brasil” (2021), dir: Ralf Tambke | Maria Eduarda, vaqueira do sertão pernambucano; Adelino, pantaneiro do Mato Grosso do Sul; Augusto Leal Filho e Pedro Costa, vaqueiros marajoaras do Pará; Afonso, campeiro dos pampas gaúchos. Entre eles, a relação com o lugar, os bichos, a liberdade e a herança do ofício que foi passado por gerações. A história de um dos trabalhos mais antigos no Brasil, a partir do registro da braveza cotidiana da lida no campo. | Trailer: youtu.be/rwIfAN9Lnyw | 76min.
“Cavalo de Santo” (2021), dir: Mirian Fichtner e Carlos Caramez | O documentário longa-metragem “Cavalo de Santo”, baseado no livro homônimo da fotógrafa Mirian Fichtner, é fruto de dez anos de pesquisas, entre os terreiros gaúchos e retrata o universo religioso afro-brasileiro no RS. Mostra a presença africana no segundo estado brasileiro mais branco do país e apresenta a diversidade, de forma ampla, das principais linhas da fé cultuadas pelo povo de religião no sul, suas características regionais e como diferenças existentes, entre os rituais do sul e os que ocorrem no restante do Brasil. Trailer: youtu.be/SXVdBeLl8EU | 71min.
“De Olhos Abertos” (2020), dir: Charlotte Dafol | Em Porto Alegre (RS), pessoas em situação de rua produzem e vendem o seu próprio jornal, o “Boca de Rua”, único no mundo. Além de uma fonte de renda, ele é uma voz para ser ouvida, uma ferramenta de denúncia e de organização perante a sociedade. Hoje, o Boca está comemorando 18 anos. O grupo cresceu, a cidade mudou e as dificuldades continuam. Para esses jornalistas, conseguir o que comer, achar onde dormir e sobreviver à violência urbana seguem sendo preocupações cotidianas… mas que eles enfrentam juntos e de olhos abertos. Trailer: youtu.be/XU9CygMjyy4 | 113min.
“Fronteriz@s” (2021), dir: vários | O projeto Fronteriz@s produziu um longa-metragem composto por cinco episódios de documentário e ficção, abordando singularidades culturais da região de fronteira Brasil-Uruguai, a partir de cinco localidades. O propósito foi o de reconhecer a diversidade cultural existente nesse território de fronteira e promover o diálogo entre diferentes olhares e linguagens de seus diretores e diretoras. Participaram como diretores e diretoras: Adriana Gonçalves (por Bagé), Alexandre Mattos (por Pelotas), Chico Maximila e Felipe Yurgel (por Santa Vitória/Chuy), Fabi Ud (por Livramento/Rivera) e Luiz Alberto Cassol (por Jaguarão/Río Branco). | Trailer: youtu.be/PaRxB63R3mE | 100min.
“Máquina do Desejo – 60 Anos de Teatro Oficina” (2021), dir: Joaquim Castro e Lucas Weglinski | Em seis décadas, o Teatro Oficina fez mais que revolucionar a linguagem teatral no país: a influência estética da companhia de José Celso Martinez Corrêa estende-se do Tropicalismo à renovação das linguagens audiovisuais brasileiras a partir dos anos 1960. O filme revisita uma história que envolve personalidades como Caetano Veloso, Glauber Rocha, Lina Bo Bardi, Chico Buarque e Zé do Caixão, aproxima arte cênica, ecologia, arquitetura e sexualidade, e mistura arte e vida na busca de uma linguagem verdadeiramente brasileira. | Trailer: youtu.be/c9mMgCiCbUo | 110min.
“Mateína – A Erva Perdida” (2021), dir: Joaquín Peñagaricano e Pablo Abdala | Uruguai, 2045. A erva-mate foi proibida. Dois vendedores ilegais iniciam uma cruzada rumo ao Paraguai para contrabandear o insumo. Durante a viagem, transformam-se em heróis por acaso – e tentam devolver ao povo sua identidade perdida. | Trailer: youtu.be/OlRQmXBRYo4 | 83min.
“Verona” (2021), dir: Ane Siderman | Romeu e Julieta, Rodrigo e Juliana, um amor proibido por duas famílias que se odeiam, vizinhas, mas muito distantes. Famílias… que se reúnem entre Natal e Ano Novo para festejar. Mas quando o amor não supera o ódio, o que resta é se eternizar. Obra idealizada pelo ator Leonardo Machado (1976-2018). | Trailer: youtu.be/mgmZh53HUTY | 95min.
Sobre Roger Lerina, homenageado do XII Festival Internacional de Cinema da Fronteira:
Jornalista e crítico de cinema, integrante da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Foi vice-presidente da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS) entre 2008 e 2010 e presidente de 2010 a 2012. Editor do site Roger Lerina (rogerlerina.com), uma plataforma dedicada a notícias, artigos e vídeos sobre cinema, artes cênicas, música, artes visuais e eventos culturais. Sócio do Grupo Matinal Jornalismo, que reúne o site Roger Lerina, a newsletter Matinal, a revista digital Parêntese e o serviço de notícias por WhatsApp ZapMatinal. Foi curador da Mostra de Longas-Metragens do 10º Festival Internacional de Cinema da Fronteira (2018) e do 11º Festival Internacional de Cinema da Fronteira (2019). Curador dos projetos Meu Filme Favorito e Adaptação: Entre a Literatura e o Cinema, ambos realizados no Instituto Ling. Atua como repórter e crítico de cinema no Canal Brasil. Programador das três salas do Cine Grand Café, inaugurado no final de novembro de 2021 no Shopping Nova Olaria, em Porto Alegre.
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