Você acha que advogar é ter clientes e fazer processos judiciais?
Sinto muito, você não entendeu o que é a advocacia.
Vamos começar pelo artigo 133 da Constituição Federal que assim preceitua: O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Ou seja, é um elo indissociável da justiça. Nada a ver com processos ou demandas judiciais ou extrajudiciais.
Nesta linha de raciocínio é imperioso que os profissionais que se dedicam a uma profissão tão séria, nobre e destacada não pensem de forma diminuta.
A advocacia está atrelada a várias possibilidades de atuação (sem falar nas áreas e produtos):
- Acompanhamento extrajudicial
- Conselhos administrativos
- Pareceres técnicos em diversas áreas focado em negócios
Além desta realidade, temos inúmeras áreas de atuação em que podemos explorar o conhecimento da advocacia, aliás, como sempre afirmo, a advocacia está na sociedade para atuar desde antes do nascimento até depois da morte… Como assim não temos mercado?
Há muitas possibilidades de trabalho, desenvolvimento, especialização e visão da advocacia. Basta começar a focar, planejar, executar e reaprender.
Sim, reaprender. Quem advoga há mais tempo sabe desta regra de cor e salteado: Somente evoluindo enquanto profissional e também social e tecnologicamente é que podemos evoluir na advocacia.
Ficar parado ou naquilo que está dando certo não é uma opção: É decretar o insucesso. Isto, porque o que deu certo há 5 anos, agora poderá não funcionar mais.
O mundo tem mudado numa velocidade absurda e a advocacia de forma mais lenta – mas não muito atrás – vem mudando também.
Hoje temos robôs, automações, RPA – Robos Process Automation, inteligência artificial (ainda que de forma embrionária e muito mais a disposição da advocacia para fazer o que é mecânico e transformar efetivamente a advocacia na administração da justiça. Afinal, devemos lembrar que o processo judicial ou administrativo, por exemplo, são apenas meios pelo qual o advogado(a) busca o direito do cliente. Processo judicial ou administrativo são meios, não o fim em si mesmos.
Diante desta realidade, sugiro que você repense sua forma de agir, sua forma de atuar.
Desamarre-se! Deixe as correntes do sempre deu certo ou nada precisa mudar!
A vida é muito curta para viver estressado, sem uso de tecnologia, sem focar no cliente e apenas depender do judiciário para viver.
Agarre as oportunidades que estão aí, a olhos vistos, querendo serem aproveitadas.
Mercado? Sim, advocacia tem.
Clientes? Sim, sempre procurando profissionais adequados e qualificados, não apenas tecnicamente, mas com inteligência emocional e com foco em resultados práticos.
Tecnologia? Sim, mas primeiro pense no que a tecnologia vai servir para a prática do dia a dia. Tecnologia somente vale a pena quando é útil.
Ufa!
O que é então ser advogado(a)?
É uma eterna reinvenção de si mesmo em prol da sociedade na busca incansável da justiça e equidade. Ou, simplesmente, o que ele(a) quiser que o seja.
Sou Gustavo Rocha
Professor da Pós Graduação, coordenador de grupos de estudos, membro de diversas comissões na OAB.
Atuo com consultoria em gestão, tecnologia, marketing estratégicos e implementação de adequação a Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD.
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