O novo secretário gaúcho da Segurança Pública, Cesar Schirmer, foi uma escolha consistente do governador Ivo Sartori. A mídia local e até membros da base aliada de Sartori, criticam severamente a escolha do ex-deputado e ex-prefeito de Santa Maria.
Um dos deputados da base aliada de Sartori, o deputado Marcel Van Hattem, publicizou sua discordância.
A mídia e o deputado Van Hattem ignoram a competente biografia de Schirmer como condutor da Assembléia Legislativa, ex-secretário da Fazenda, ex-deputado e ex-prefeito de Santa Maria (eleito e reeleito) empenhados em responsabilizar o ex-prefeito pela tragédia da boate Kiss, sobre a qual ele nada responde. Quem tinha que ser investigado, indiciado, julgado e condenado, já o foi.
É fasciocomunista a ideia de proclamar condenações que não existem.
Seria uma infantilidade, por exemplo, responsabilizar o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, pela emissão irregular de Alvarás de Funcionamento, o tipo de documento mais comum expedido pela Smic, a secretaria municipal da Indústria e Comércio, que hoje acontece até sem interferência da mão do homem, mas pela Web. Se houver responsabilidade por irregularidade, a responsabilidade seria no máximo do secretário da Smic.
A comoção causada pelas duas centenas de mortos, claro, impactou sobre todas as autoridades municipais, mas deixou livre o governador Tarso Genro, a quem está subordinado o Corpo de Bombeiros, a quem cabe emitir “aprove-se” e fiscalizar, mas que falhou redondamente no caso.
Acontece que responsabilizar o prefeito Schirmer ou o governador Tarso Genro, seria um exagero legal intolerável.
Isto de fato não ocorreu.
A escolha não levou este constrangimento local em consideração – e nem deveria.
Quanto a competência do novo secretário, até as pedras da rua sabem que Sartori desejava Schirmer para seu secretariado – e não é de hoje. Há menos de dois meses, ele chegou a participar de seminários de governo, conforme registrado pela mídia. Na ocasião, chegou a ser apontado como possível substituto de Giovani Feltes na Fazenda, já que o secretário teria deixado claro que no final do ano retornaria à Câmara dos deputados.
O novo secretário não fará milagres de uma hora para outra, mas tem competência política e administrativa para dar respostas consistentes para a sociedade gaúcha.
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