Cardiologista gaúcho Renato Kalil apresentará à comunidade médica internacional a experiência dos mais de 40 anos de pesquisa em cirurgias de válvulas cardíacas
O que é mais benéfico para um paciente que sofre com problemas em alguma das válvulas que ajudam o coração a bombear o sangue na direção correta? Depois de décadas de pesquisa, os médicos concluíram que, sempre que possível, o reparo dessas estruturas é melhor para a recuperação e para a qualidade de vida do paciente do que a sua substituição por próteses. Um grupo de pesquisadores gaúchos, liderado pelo cirurgião cardiovascular Renato Kalil, contribuiu para essa descoberta, inclusive com o desenvolvimento de técnicas inovadoras que tornaram a cirurgia mais eficaz e segura. É sobre esse tema que o médico falará na edição de 2018 do Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, que ocorre de 25 a 29 de agosto em Munique, na Alemanha.
Segundo Kalil, de 30% a 40% das cirurgias cardíacas feitas no Brasil têm o objetivo de corrigir problemas nas válvulas (ou valvas, na linguagem médica). Em 2017, foram feitas 1,8 mil cirurgias cardíacas no Instituto de Cardiologia, em Porto Alegre; destas, 320 foram de valvoplastias, nome que se dá ao procedimento de reparo das válvulas, sem substituição por próteses. Normalmente consequência de doenças reumáticas não tratadas na infância ou de doenças degenerativas do adulto, os casos de problemas nas válvulas têm aumentado na Europa, o que desperta o interesse dos pesquisadores em conhecer mais da experiência brasileira. Na mesa redonda da qual Kalil fará parte haverá outros médicos brasileiros, sul-africanos, indianos e europeus.
Antes de apresentar as pesquisas gaúchas aos médicos do mundo, Kalil deve falar sobre a relação entre desempenho comprovado e marketing na escolha da bioprótese valvar, durante o Congresso da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul, que ocorre em Gramado de 16 a 18 de agosto. “Quando há a necessidade de substituir a válvula, a escolha da prótese é muito importante. E o preço entre os modelos disponíveis pode variar absurdamente. Mas esse preço varia pelo marketing ou pela eficácia? É sobre isso que vamos conversar em Gramado”, adianta Kalil.
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