Por muitos motivos o ditado brasileiro de que o ano só termina depois do Carnaval faz sentido. Ano após ano, a fervura dos eventos dá descanso na virada para o próximo ano, pois ninguém é de ferro e, empregado ou desempregado, ingressa na pausa de verão que se estende até depois desta festa móvel no calendário. Não adianta tentar manter a agenda, o ritmo, é uma maré coletiva, são férias escolares, tem criança em cada canto, e pelo comércio tudo se apresenta como oportunidade de festas, presentes, verão, de liquidação, e vamos lá.
Neste 2015-virada-para-2016 a estratégia de varejo não resultou: os piores indicadores, e primeiros negativos de varejo em 11 anos, reafirmam que vivemos em crise, cada qual cuidando de fazer caber no orçamento os gastos pressionados pela inflação do dia-a-dia. Em 2016 tivemos Carnaval cedo em fevereiro, e o mês de 29 dias já se faz presente no noticiário dando sequência aos mesmos temas do desastre econômico de 2015, do deboche das autoridades no tratar uma epidemia alertada pela OMS como mundial, e epidemia, do zica. As cinzas do Carnaval não dão fim nem secam a multiplicação de doenças graves, as que são fruto do total descaso social do Governo Federal com seu povo. Estas estão vivas, crescentes, não há vacina, tem uma nova síndrome ali na esquina, que faz sofrer muito e mata: a Guillan-Barré. Miltiplicando-se aceleradamente. E só no Brasil, embora com um vírus antigo registrado fora daqui na década dos 40! O que há, céus!! Epidemia de microcefalia, de sífilis, e só depois que chegou aqui, no país do Bolsa-Família, do bolsa-presidiário, do Mais Médicos, do cartão federal corporativo para a companheirada…
Aos poucos, e finalmente, em tom de fim-de-festa, o povo vai tomando consciência da correlação entre a corrupção dos privilegiados por Brasília, e a falta de uma saúde minimamente digna, que um supermercado que não breca a subida de preços, da insegurança de andar nas ruas, da falta de vaga na creche. Pela primeira vez está no topo das preocupações dos brasileiros, conforme pesquisa IPSOS recente, a corrupção. Sim, a CORRUPÇÃO! Mais do que desemprego, saúde, segurança pública, e isso só é possível quando se juntam as duas coisas: a corrupção mostrada a cada dia nos seus níveis de bilhões de reais, o deboche de quem a praticou e pratica, e o que ele, povo, não tem. Com essa consciência agora detectada, há esperanças de que a crise poderá resultar sim em mudança. Quando o povo enxerga, não há elite que segure. Alertas!
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