A impressão que tenho neste mês de março é que a maioria dos jogadores do Internacional ainda não se aperceberam da importância da luta pelo titulo de hexa-campeão gaúcho, o grande objetivo neste início de temporada. Mas isso talvez aconteça por não entenderem o significado da rivalidade Gre-Nal, que se expressa com muita clareza no Gauchão desde o início de sua história em 1919. Quando um ou outro clube, Internacional ou Grêmio, empilham títulos seguidos, a história do Gauchão registra momentos consagradores para dirigentes, atletas e torcedores. E quando consultamos suas páginas vemos que sempre há, de um lado e outro, vontade para superar a façanha do adversário em anos anteriores. Na década de 1940, o famoso time do Rolo Compressor ascendeu ao topo da glória conquistando seis vezes seguidas o titulo do Gauchão. Os torcedores do Grêmio aguardaram mais de 20 anos para estufar o peito e dizer que seu clube havia superado a façanha do adversário. De fato, em julho de 1968, o Grêmio, comandado pelo técnico Sergio Moacir Torres, tornou-se heptacampeão gaúcho. Restou para os colorados o desconforto de ouvir as gozações dos seus adversários. Mas, os anos passaram e muita coisa mudou na vida do Grêmio e do Internacional. Já com o orgulho de torcerem para um clube que tornara possível o sonho da construção do Beira-Rio, que substituiu o estádio dos Eucaliptos, em 1969, o Internacional foi um time avassalador nos anos 70, sob o comando de Daltro Menezes, Dino Sani e Rubens Minelli. Conquistou três títulos nacionais, mas em relação ao campeonato gaúcho superou todas as expectativas confiantes dos seus torcedores. Em agosto de 1976, o Internacional, com o timaço que também seria bi-campeão brasileiro, se tornou octacampeão gaúcho. O eficiente futebol do time liderado pelo capitão Elias Figueroa, ofereceu a sua torcida o maior de todos os títulos na história do Gauchão: o de octa-campeão. Quem assistiu aqueles jogos na condição de colorado jamais poderá esquecê-los. O Rio Grande do Sul ficou pintado de vermelho, para o desespero dos torcedores gremistas, que só viram uma reação do seu time em 1977, quando se tornou campeão gaúcho sob o comando de Telê Santana. Este apanhado de títulos sucessivos, com alegrias e tristezas de gremistas e colorados, diz tudo sobre a importância do titulo que o time do Internacional poderá alcançar este ano no Gauchão: o de ser, mais uma vez, hexacampeão. Os jogadores do Internacional em sua maioria precisam acordar. O Gauchão deste ano é um grande desafio para eles, que poderão inscrever em suas biografias um titulo consagrador.
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