Ary Fontoura para Dilma Rousseff, programa do Faustão, abril de 2016. Para que um ator importante se exponha dessa maneira, para milhões de telespectadores, é necessário reconhecermos que o rio transbordou e ninguém quer mais ficar calado. Aproxima-se a semana da votação do impeachment na Câmara dos Deputados, longe de nós, tudo pelas telinhas e rádios, ânimos exaltados. Mas cada cidadão quer fazer a sua parte, o que faz com opinião e manifestação. Nas redes sociais e em todo lugar.
É necessário, também, falar do que se trata em termos de finanças federais, base do pedido de impeachment. Trata-se de uma campanha eleitoral de 2014 que foi suja nas mentiras que pregou, nos métodos que usou, mas principalmente no uso do nosso dinheiro através das “pedaladas”, e que usou sem perguntar (fora da lei orçamentária), desprezando o que é público para surrupiar tudo e colocar num projeto de poder que hoje mostra a cara de todas as tristes formas. A mais escancarada da semana é a oferta de cargos e ministérios que são medidos pelo dinheiro que neles circula, com a desfaçatez de oferecê-los para que possam continuar surrupiando à vontade. Dane-se a saúde, a segurança, a educação, tudo para os apaniguados.
Em termos técnicos, as “pedaladas” que o governo Dilma deu foram simplesmente o ato contínuo de gastar o que não tinha, para continuar financiando seus mananciais de votos. Os bancos oficiais, sob seu comando e com leal obediência às ordens demolidoras da “chefa presidenta”, pagavam o que o Tesouro – para onde vão nossos impostos – não tinha, já que os gastos começavam a ultrapassar as receitas a partir de 2009 e o déficit se escancarava. E o Tesouro passou a demorar para devolver o que não deveria ser gasto pois o dinheiro era dos bancos, não fiscal. Para se ter uma ideia, de 2001 a 2008 os repasses pendentes não ultrapassaram 0,4% das receitas do Tesouro, por curtíssimo período. Em 2014, os atrasos cada vez mais longos chegaram a 5,1% da receita do Tesouro!!! Ficou visível que o governo Dilma tomou crédito de seus bancos, o que é vedado por lei, pelas “pedaladas”.
A mentira foi aplicada: os números apresentados no setembro da eleição de 2014 foram de uma situação maravilhosa de um superavit de R$ 1,6 bilhão, enquanto se contados os empréstimos “pedaladas” eles eram um deficit de R$ 5,2 bilhões!!! Terminadas as eleições, reconheceu-se em outubro que o deficit era já de R$ 19,4 sem pedaladas e R$ 27,7 com elas. E que vinha desde 2010. Tsunami fiscal. Danem-se prefeituras e estados, desempregados e devedores do “milagre brasileiro do PT”, saúde e educação e etc. Esse foi o golpe, que continuará sendo dado. Deu.
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