Fora das notícias que corriam seguidas por 24 horas em todas as mídias, tensas, nervosas, inseguras, a votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff transcorreu na mais absoluta ordem, calma, como tem sido as manifestações pró-impeachment tomando corpo desde 2013. Fora os casos isolados ao princípio, com grupos de aproveitadores se organizando para fazer baderna, destruir e saquear, deixando as maiores cidades do país mergulhadas num caos de final de tarde nas ruas, com especial foco na ação dos black bloks, tudo transcorreu na calma. Inclusive porque o país aos poucos vai parando, à espera do desenlace final desse processo e a troca de governo. Há urgência na solução. E ela pode vir sim na mais absoluta calma.
Todas as ameaças dessas últimas semanas vociferadas eplo ex e pela atual presidente desafinam em relação à realidade do país. Elas não devem nem podem ser cumpridas, seria um tiro no pé dos chamados movimentos sociais, que só existem pelo apoio de uma população mais distante do centro do país, e pelo alto financiamento de suas ações – veja-se pelos relatos que são livremente recolhidos pelas centenas de repórteresque cobrem a cena do impeachment. Não estão ali para brigar, recebem seu pagamento e ponto, voltam para suas casas.
Já do outro lado, os manifestantes pró-impeachment nunca tiveram a intenção da baderna, são auto-financiados e geram pela chamamento pelas redes multidões que se encontram em centenas de cidades para reinvidicar, protestar, sabendo que chegará a hora de propor quando a mudança se concretizar.
Então por que o muro construído em Brasília para separar os dois movimentos? Ninguém queria briga, oras, como não teve. Não sabemos a intenção, se foi outra que não o cumprimento de rotinas de segurança pelas polícias da Capital Federal. O resultado, ao final, deu razão a quem o construiu: não houve baderna que poderia ter sido causada por um ou dois. O interessante é que gerou um outro subproduto positivo que pode ser mostrado a todo o mundo: são ordeiros os que se juntam em multidões para dizer que não há golpe e sim irresponsabilidade em relação ao dinheiro público, corrupção e falência da economia, por mais que alguns do outro lado verbalizem o contratário – quanto ao golpe. Afinal, derrubar aquela cerca não requer nem tanques nem muita sabedoria: é frágil. E o mundo inteiro viu isso, retirando de sobre as multidões uma possível pecha de bagunceiros, e de sobre os líderes pró-impeachment o rótulo de golpistas. Afinal, o golpe foi dado antes, gerando a reação. E muros tristes são os que vão sendo construídos na Europa.
Ao final, 367 votos a favor, 137 contra, 7 abstenções, e duas, só 2 faltas. Segue o processo para o Senado Federal. Finalmente, aproxima-se a hora de construir. Em tempo.
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