O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) serve de parâmetro para verificar a qualidade de vida, as condições de infraestrutura, saúde, educação, saneamento básico, oportunidade de trabalho e outros itens que mensuram os padrões mínimos de bem-estar às pessoas que habitam os Países filiados a Organização das Nações Unidas (ONU).
No caso brasileiro, a questão a ser analisada é: por que o Brasil ocupa posição intermediária no ranking mundial? A resposta merece exames com visão voltada ao passado para a compreensão desse fenômeno. Historicamente, os fatores de produção (recursos financeiros, recursos naturais, trabalho, tecnologia e capacidade empresarial) no Brasil não privilegiaram todas as regiões do País.
A partir da disponibilidade destes fatores, têm-se o produto potencial que mede o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) a cada ano. Com base nestas premissas, o crescimento econômico brasileiro, até meados do século XX, esteve pautado no agro negócio. Após esse tempo, migrou para a industrialização visando o crescimento econômico acelerado que no princípio, ocorreu basicamente na região Sudeste e depois na região Sul. Assim, a concentração de renda e riqueza polariza-se nestas regiões.
Outros locais brasileiros também receberam o progresso, mas em menor escala. Esta realidade justifica a razão da distribuição econômica ser tão heterogênea no País. Vale lembrar que o desenvolvimento econômico passa por sólidas bases na educação e constantes investimentos públicos em infraestrutura urbana e rural. As diferenças econômicas no País, dificultam a redução da marginalidade, de mais empregos formais, inclusão social e valorização da cidadania.
É preciso que hajam políticos comprometidos com as causas sociais e capacitados para o exercício da atividade pública. Políticos que invertam a matriz tributária que dá preferência à tributação do consumo. Políticos que de fato planejem o futuro do País, reduzindo a enorme distância que há no Brasil entre ricos e pobres. Políticos que promovam mais equidade na distribuição de renda e mais justiça social. Segundo a Fundação de Economia e Estatística – FEE, 91% da população brasileira têm apenas 12,5% da riqueza do País, enquanto 0,9% das pessoas têm 59,9% do patrimônio. De fato, o Brasil é muito desigual.
Devido à disparidade significativa na distribuição de renda, historicamente o governo valoriza a politica expansão do crédito que depende dos ciclos de prosperidade de empregos para impulsionar o PIB (lado da demanda). Também por isso, não temos períodos duradouros de crescimento econômico.
Na minha análise, programas sociais como o “bolsa família”, devem ser usados somente em tempos difíceis na economia do País para socorrer os mais desprovidos de renda, e não de forma permanente como está sendo feito. Ao invés de o governo dar dinheiro público à população carente, deve investir em infraestrutura e gerar trabalho as pessoas. Ações como esta, podem ser consideradas medidas verdadeiras de inclusão social, de fato.
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