Venho de longe no acompanhamento interessado e engajado do futebol do Internacional.Desde que cheguei em Porto Alegre para fazer o curso de Jornalismo, no início de 1965, fui um simples torcedor, assistindo jogos no velho Estádio dos Eucaliptos, no bairro Menino Deus e, depois, já escrevendo em jornais, vendo jogos no Beira-Rio.Desde então já vi grandes vitórias do Internacional, que resultaram em títulos inesquecíveis, dentro e fora do país, mas também derrotas que me deixaram triste e abatido.
Nunca, porém, assisti nada parecido do que vem acontecendo com o time do Internacional no Brasileiro. Decorridos 14 jogos, o time, hoje comandado por Celso Roth, não ganhou nenhum. Só não está em situação parecida com a do América mineiro, candidato certo ao rebaixamento, porque produziu gordura no início do campeonato, sob o comando do técnico Argel Fuchs. À noite, com a cabeça no travesseiro, examino fatos e circunstancias que estão levando o time para o despenhadeiro.
Entre eles há um fato para o qual outros cronistas não atribuem a devida importância: o retorno de D´Alessandro para o seu país, apesar de ter contrato com o Internacional até o final de 2.017. O melhor jogador do time, seu líder, o conduto imantado de energia entre a defesa e o ataque, foi embora sem que os dirigentes tenham se preocupado em substitui-lo por outro profissional do mesmo nível. Talvez alguém queira lembrar que o Internacional tem o Anderson. Mas qual é a contribuição do Anderson para o time? Muito bem pago, ele fica no banco de reservas, com um olhar perdido voltado para seus companheiros que dentro do campo se esforçam para espantar o fantasma dos insucessos.
Incrivelmente, a diretoria colorada concordou com a saída do D´Alessandro e não está sendo grata a ele por ter indicado o uruguaio Nico Lopez para vestir a camisa vermelha. Nico Lopez está até agora condenado à reserva. Não tem lugar num time em que seu técnico, Celso Roth, insiste com o improdutivo Sasha e Ariel, sempre brigando com a bola, que não gosta de sua companhia. D´Alessandro deve ter se equivocado quando teve sua atenção despertada para o talento de Nico Lopez, quando viu uma de suas boas atuações em Montevidéu.
Claro que não estou dando a explicação completa e definitiva sobre o momento lamentável do futebol colorado. Nem tenho essa pretensão. Mas para que se contrata um jogador a peso de ouro, se ele só tem lugar no banco de reservas? Venho de longe,sim. mas nunca imaginei ver o Internacional passar tanto tempo brigado com a vitória.
Só não jogo a toalha porque o Internacional é maior do que todos os erros dos seus técnicos e dirigentes eventuais.
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