O Grêmio faz dos estádios adversários a sua casa. A ARENA tricolor virou itinerante.
Não tem havido diferença jogar no Humaitá, no Morumbi, no Maracanã, no Mineirão, na Arena de quem quer que seja que o time entra e joga em casa. Ontem os onze entraram no campo como se estivessem no CT Eldorado, completamente à vontade, se notava na conduta de um por um que não havia nenhum tipo de desconforto: não havia tensão, não havia receio, não havia desconfiança, medo nem pensar e mais, o que é mais importante, desde antes do jogo se notava que não havia para ninguém a preocupação em ganhar ou perder, havia uma certeza, qualquer que seja o resultado estamos e vamos continuar bem. Isto se chama segurança, confiança, é o dedo do ´motivador`.
Não, volto a dizer, o time não é uma Juventus ou um Real Madri. Mas está jogando um futebol de encher os olhos e nos deixa embevecido de orgulho. Até aqui uma preciosidade rara. Ontem, com minha esposa, fui a um restaurante da Zona Sul que não costumo ir com frequência, escolhi porque sabia que na segunda feira – fria – poucas pessoas iriam, comida boa, vinho bom, atendimento ótimo e uma TV.
Não precisava de mais nada. Passei a jantar tranquilamente vendo o jogo. O nervosismo da minha mulher mereceu uma invulgar manifestação minha: calma, vamos ganhar ou empatar, não há como perder este jogo. – como tu sabes? – olha o time em campo que nele encontras a resposta. Foi um, foi dois e adverti. É um jogaço, qualquer resultado pode acontecer, menos perdermos. Não deu diferente. Faltou um pouquinho de concentração atrás e quem nunca falha apenas para provar que há exceções à regra, hoje falhou. Geromel foi acometido de desatenção. Tem crédito. O jogo foi deslumbrante. Repito, jogaço. Terminou, olhei pela primeira vez para trás para pedir a conta.
Havia apenas quatro mesas ocupadas no lugar – que é bem grande – e há três de onde estava dois ex dirigentes – e creio que ainda conselheiros – colorados jantavam com os olhos grudados na TV. Cordialmente nos cumprimentamos, a conta veio, paguei, fui indo em direção a porta e me despeço dos cordiais adversários de campo e um deles me diz:
– Está difícil secar meu amigo.
Respondi: – Imagino.
A réplica veio demolidora: – Mas me conforta por que vejo uma coisa que estava desacostumado: futebol de verdade.
Fui obrigado a concordar e à vontade finalizei: o time está jogando de forma encantadora.
Saudações Tricolores!
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