O GOLEIRO “O único que pode usar fardamento diferente, único que pode usar as mãos além dos pés, está sempre próximo do milagre. Por ser o último obstáculo ao adversário, sempre tem o respeito dos companheiros e adversários.
Mas…
Com o tempo a goleira permanece do mesmo tamanho e ele já não alcança a bola com a mesma desenvoltura e os ângulos mais distantes. Qualquer medíocre que jamais ousaria arriscar um chute torna-se um perigo. É como se morresse antes de todos.”
Jorge Retamoso
Onde termina um grande time as opiniões se dividem, mas o certo é que toda grande equipe começa por um grande goleiro, isto tem sido incontroverso ao longo dos tempos.
Jorge Retamoso é um fraterno amigo, dotado de uma capacidade incrível de humor e ao mesmo tempo de uma emotividade magnífica. Foi goleio na juventude e andou pelo Grêmio no inicio da década de 70. Entre tantos bons papos que tivemos em nossas andanças certa vez ele me sai com uma longa dissertação sobre a função do ultimo defensor. Parte dela está ali em cima. É perfeita.
O Grêmio chegou onde chegou por que tem um Gigante no gol. Gigante como atleta, como profissional e como cidadão. Trabalhei com este rapaz em 2005, era reserva de Galato – outro atleta excepcional – e foi reserva de muitos que apareceram no clube, e hoje sei, todos inferiores a ele porque certamente soube colher de todos o que tinham de melhor.
Enfrentou muitos vendavais, alguns de um máu caratismo admirável – pelo simples fato de gostarem mais de outro – e se manteve sempre sereno. Nas fragilidades foi firme e frio, nas vitórias modesto. Dia destes cheguei a dizer: “seu maior detrator não viveu para vê-lo fazer a maior defesa de todos os tempos tampouco para vê-lo campeão americano; a morte anterior foi castigo, quem sabe prêmio”.
Este gigante que parecia de pedra desabou em choro por duas vezes: numa após fazer defesas de pênaltis impressionantes, noutra quando conquistou o título máximo da América. As lágrimas de M Grohe passam pelos olhos de todos os Gremistas.
Obrigado Gigante. Saudações Tricolores
1 Comment
José Morem Wiedemann
2 de dezembro de 2017 at 12:05Muito bom artigo Carlos Josias, parabéns.