Por: Dilmar Fernandes Isidoro. Novembro de 2018
Temos acompanhado o preocupante aumento de agressões a professores. Essas atitudes truculentas e abomináveis têm ocorrido especialmente no sistema de ensino público por parte dos alunos, pais e responsáveis pelos menores.
Este problema expõe diversas esfinges sociais no presente que terão repercussões no futuro.
Ao debruçar-me para analisar a sociedade familiar carente, vejo o quão é frágil e desprovida de valores abstratos. As evidências indicam, nesses casos, que os pais têm poucos anos de estudos, baixa renda, vivem às agruras da pobreza, da violência urbana e não sabem educar seus filhos. Também, não colocam limites e não os orientam como deveriam para a vida adulta.
Destarte, a infância e juventude desses estudantes não devem ter o acompanhamento necessário dos pais ou responsáveis, na falta destes. Logo, conclui-se que estes jovens ficam ao alcance das más companhias que poderão seduzi-los para o perigoso mundo das drogas que, geralmente, não tem volta.
As razões frívolas e mais comuns para as agressões são: [1] uma parte dos educandos e dos pais, não aceitam as notas ou conceitos que os educadores atribuem ao analisarem a aprendizagem. Entretanto, os pais não verificam se os filhos estudam os conteúdos exigidos; [2] uma parte dos educandos e dos pais não aceitam as normas escolares. Isto evidencia que esses alunos (as) querem impor suas regras; [3] hoje se vê que uma importante parcela dos pais apoia de forma incondicional seus filhos contrariando o processo da educação formal, isso, fomenta os confrontos. No passado (até cerca de quarenta anos atrás) a maioria dos pais as apoiava decisões dos educadores. Isso não ocorre hoje.
Figura Ilustrativa. Fonte: http://www.novoeste.com
Acompanho este cenário atento e considero temerárias as consequências desta triste realidade social e escolar. Muitos destes jovens estudantes problemáticos que são apoiados pelos pais ou responsáveis agirão na vida adulta conforme os exemplos que suas famílias lhes deram.
Se hoje existem pessoas adultas, irresponsáveis e violentas que brigam por motivos fúteis e não sabem conviver em sociedade, é porque nos anos iniciais de suas vidas a desordem familiar era algo normal.
Do ponto de vista holístico, não basta haver a repressão policial e punições que não recuperam ninguém. Cabe ao Estado, rever o tipo de amparo social e apoio que oferece às comunidades carentes.
O caótico, falido e incompetente modelo de gestão pública que temos, impede os cofres públicos de proverem os recursos para fazer os investimentos necessários em favor das comunidades carentes, ou de risco, que ficam fronteiriças ao crime e a desordem social. Também, critico os partidos políticos oportunistas que fazem promessas vãs nas comunidades pobres, apenas para alçarem votos. O Governo deve rever sua função social para salvar a educação.
A cada ano que passa, a qualidade na educação pública se mostra insuficiente para atender as crescentes exigências do mercado de trabalho. A cada ano que passa, as comunidades pobres ficam mais distantes da equidade de renda.
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