Políticas sociais ineficientes e ausência de planejamento de longo prazo deixam cada vez mais distantes a equidade social e de distribuição de renda no Brasil.
Os efeitos destas disparidades se alastram por todos os sistemas no País e causam mais miséria, aumentam a violência, crescem periferias paupérrimas, as falanges de drogas ganham mais espaços e tantos outros malefícios.
O Brasil se caracteriza pela desigualdade social e péssima distribuição de renda, uma das piores do mundo. Ao invés de haver ações para resolver esta situação malévola, assistimos a situação piorar a cada ano. Todos os brasileiros perdem com isso, algumas consequências inevitáveis: [a] aumento da evasão escolar; [b] aumento da desestrutura familiar; [c] segurança pública fragilizada; [d] reduz o turismo doméstico e internacional; [e] aumento do desemprego por falta de investimento público e desinteresse privado em investir; [f] mão de obra pouco qualificada e por isso tende a ficar ociosa; [g] aumentam os gastos com saúde pública devido à precarização da infraestrutura habitacional, etc.
O poder público tem conhecimento de tudo isso, nunca houve ações eficientes. Os locais mais afetados são as regiões metropolitanas cada vez com maior densidade populacional e regiões mais afastadas dos grandes centros. Muitos desses locais ainda não têm tratamento para esgoto cloacal tampouco rede para distribuição de água potável.
É inaceitável que em pleno século 21 onde se vê o rápido avanço tecnológico em todas as frentes, ainda existem descasos sociais desta magnitude. O que diz a classe política disso?
A temeridade na segurança pública, na saúde pública, na educação pública, habitação e infraestrutura há muito tempo faz parte do cotidiano dos brasileiros como se fosse algo normal. O algoz dessa cultura errada é o Governo devido a sua ineficiência secular para promover políticas públicas de longo prazo e por deixar de fazer as alocações necessárias do erário.
A arrecadação de tributos em 2019 foi de R$1.597 trilhão segundo a Receita Federal. O PIB (lado da demanda) do Brasil em 2019 foi de R$ 7,3 trilhões, segundo o IBGE.
O Brasil é o País das contradições. Se por um lado está entre as dez maiores economias do mundo, por outro lado está nas últimas posições no ranking mundial quando o assunto é distribuição de renda. Se por um lado o Brasil gigante tem as belezas naturais entre as mais cobiçadas e atrativas do mundo para o turismo e preservação ambiental, por outro lado a falta de consciência dos grileiros está destruindo a biodiversidade. Também, o País afugenta turistas estrangeiros com tanta violência e deixa de ganhar muito dinheiro com divisas desta natureza.
Do ponto de vista sócio econômico, existe uma minoria muito rica que concentra grande parte da renda nacional, enquanto isso cresce a pobreza e a miserabilidade no País. Os dados do IBGE apontam que as disparidades na renda dos brasileiros aumentaram em 2019. A tendência é que as diferenças devem aumentar ainda mais por causa da pandemia do corona vírus.
Em 2020 não deve haver crescimento econômico, ao contrário, deve prevalecer à recessão. O reflexo disso é a redução substancial dos níveis de empregos e piora de todos os indicadores sociais e econômicos.
Os dados atuais são estarrecedores. De acordo com o IBGE, na média, os que têm melhor renda recebem mais de 36 vezes em relação aos brasileiros com menor renda. A classificação estatística mostra que os 10% de brasileiros com maior renda ficam com a fatia de 43% do total de rendimentos gerados pelo trabalho no País.
Em outra análise, se observamos com mais especificidades os extremos da renda do trabalho no Brasil, a diferença fica ainda maior. O conjunto de 1% das pessoas com maior rendimento mensal ganha, em média, 180 vezes o que ganham as pessoa que estão entre os 5% com menor renda.
Em 07 de setembro no 198º aniversário da independência política de Portugal, o Brasil não tem nada a comemorar.
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