Tarifaço dos EUA e safra aquém do esperado impactam a projeção do PIB gaúcho

Tarifaço dos EUA e safra aquém do esperado impactam a projeção do PIB gaúcho

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Segundo relatório trimestral da Bateleur, estimativa caiu de 2,88% para 2,27%
Um dos estados mais prejudicados pela medida tarifária anunciada pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, o Rio Grande do Sul tende a crescer menos do que o previsto anteriormente em 2025. Segundo o Cenário Macroeconômico divulgado pela Bateleur, a estimativa de expansão do PIB gaúcho caiu de 2,88% para 2,27%. “A indústria, que já acumula dois anos de retração, deve sofrer com os impactos da medida tarifária dos Estados Unidos a partir da necessidade de redirecionamento de mais de R$ 10 bilhões em produtos para outros países diante da inviabilidade do comércio com os americanos”, afirma o estudo.
A estimativa também é de crescimento para o setor de serviços que, impulsionado pelo aumento da massa de renda da população e baixo nível de desemprego, deve registrar uma variação de 3,3% em comparação com o ano passado. A agropecuária, por outro lado, teve um desempenho menor do que o esperado em razão da quebra da safra de soja pelas condições climáticas desfavoráveis, muito embora os resultados positivos na pecuária tenham em certo grau contrabalanceado essas perdas, estima-se que o setor deve ter uma variação negativa de 1,9%.
Cenário nacional
No cenário nacional, o relatório da Bateleur destaca que o IPCA acumulado segue acima da meta do Banco Central, com a expectativa de 5,12% no ano, reforçando o diagnóstico de que o processo de desinflação permanece incompleto. A projeção é de que a taxa Selic siga em alta, chegando a 15 % até dezembro. “Este patamar caracteriza um impulso contracionista extremamente relevante à economia, ainda que sem o potencial de retomar o índice de preços ao seu objetivo em virtude da política fiscal vigente”, destaca o estudo.
O relatório ainda pontua que o ambiente de juros altos, combinado à ampla disponibilidade de crédito, tem sustentado a demanda interna, ao custo de crescente fragilidade das finanças das famílias. O risco é de que, mantido esse desequilíbrio, a inadimplência continue a subir, pressionando o sistema financeiro e resultando, adiante, em condições mais restritivas de crédito. A tendência é de um ciclo que resulte no encarecimento do financiamento, menor ritmo de concessões e a redução do ritmo de consumo — com impactos sobre a atividade que devem se acentuar ao longo do tempo. Nesse cenário, a projeção de crescimento do PIB nacional é de 2,47% – inferior ao ano passado, quando a economia brasileira cresceu 3,40%.
Sobre a Bateleur 
Com escritórios em Porto Alegre e Florianópolis, a Bateleur é referência em fusões e aquisições (M&A) e em consultoria estratégico-financeira para grandes corporações na Região Sul do Brasil. Em seu portfólio, estão relevantes transações societárias e operações estruturadas, além de projetos em setores como banking, agronegócio, varejo, energia e saúde.