Alguns ficam extremamente chateados quando a gente fala a palavra crise, como se fosse um verdadeiro palavrão capaz de desestimular mais a atividade econômica. Minha opinião é totalmente diferente: não existe pior luta na qual você desconhece o potencial de seu inimigo e, tentando negar sua importância, acaba se preparando menos para o combate que tem por vir. Reconhecer a crise, sua relevância e provável duração é o primeiro passo para que possamos repensar a forma de fazer negócios no atual contexto.
Costumo dizer em minhas palestras que diante do momento desafiador da economia brasileira, vejo 02 tipos diferentes de postura profissional. Uma significativa parte das pessoas está abatida, prostrada diante de quedas de faturamento e acredita que pouco existe a fazer até ela passar. Eles não estão assim por nada… As vendas caíram, o desemprego aumentou, a inflação segue alta e o governo hoje não gera credibilidade. O problema maior reside no fato de que, se o cenário é ruim e a empresa não faz nada, está simplesmente fazendo contagem regressiva para encerrar suas atividades. Para piorar, demitem pessoas, cortam fundos de marketing e param de treinar sua equipe, achando que essa é uma boa forma de economizar.
Outra parte entendeu que o momento desafiador exige excelência profissional, exige superação, exige inovação e busca mergulhar dentro do seu trabalho fazendo ele com uma maestria pouco antes vista. Entendeu que o consumidor está mais sensível a ofertas, que é preciso criar um verdadeiro “pacto de excelência” com sua equipe e nunca trabalhou de forma tão devotada. O momento exige muito treinamento das pessoas, lutar todos os dias para gerar atitudes positivas das pessoas e entender que sobreviver hoje é um grande passo para belos lucros no futuro.
Minha sugestão é simplista mas eficaz: menos preocupação com o que você não pode mudar na economia brasileira e mais concentração ao que está o seu alcance fazer dentro da sua empresa. Pare de se preocupar tanto com a Dilma, com o Sartori, com o impeachment , com a taxa de juros, com a bolsa de valores e com tantas coisas que você não tem nenhum poder de mudar . Em compensação, é hora de sua empresa ser a melhor que já foi até hoje, atingindo um padrão de excelência interna capaz de minimizar no que for possível os reflexos da crise.
Diminua sua “área de preocupação” e aumente sua “área de influência”. Aí está um bom caminho.
1 Comment
Le Corbusier
15 de abril de 2016 at 15:31Fácil de dizer pois quem volta ao estado dos anos 80, onde a empresa que possui era líder no setor prosperava. Há sim que se preocupar com a marcha ao passado, ativos sem liquidez, arrocho salarial, especulação financeira. Os mais do mesmo vão retomar a crise de fome nas familias de baixa renda.