Desde que deixei minha cidade, Santana do Livramento, no início de 1965, para morar em Porto Alegre, vi o Internacional ganhar muitos títulos. Um dos mais significativos, sem duvida alguma, foi o primeiro titulo nacional em 1975, no célebre confronto com o Cruzeiro, de Minas Gerais, no Beira-Rio. Milhares de torcedores, que disputavam espaço nas arquibancadas, chegamos ao auge da vibração quando vimos Figueroa marcar de cabeça o gol da vitória, aproveitando cobrança de falta por Valdomiro. Naquele momento, o Internacional elevou o futebol gaúcho à maioridade no contexto do futebol brasileiro. Desde então o Internacional foi campeão nacional mais duas vezes, empilhou títulos regionais e e se projetou muito alem das fronteiras do país ganhando competições de importancia mundial. Mas a cada ano em que se inicia um novo Brasileiro, relembro com saudade do time dos anos 70. O internacional está devendo para os colorados outro titulo nacional. Será que a divida será resgatada na atual temporada? Será que Argel vai dar aos colorados outro titulo tão expressivo como fizeram Rubens Minelli e Ênio Andrade em 1975, 1976 e 1979? Depois da grande vitória do Internacional no Morumbi, por 2 a 1 a pergunta se tornou mais insistente nas conversas com os meus botões. A possibilidade de que o Internacional retome este ano seu protagonismo no Brasileiro não se destina apenas ao baú dos sonhos impossíveis. Já surgem comentaristas no Rio e São Paulo que, decorridas apenas duas rodadas do campeonato, escolhem o Internacional como grande aspirante ao titulo. Um deles, o ex-jogador Neto, ficou impressionado com o rendimento do time na partida contra o São Paulo. O Internacional é, na sua opinião, favorito para ganhar o Brasileiro. Sua explicação é que o técnico Argel montou , acertadamente, um time formado, na maioria das posições, por jogadores jovens. Tomara que Neto seja bom em matéria de prognósticos. Também gostei muito da atuação do Internacional no Morumbi, onde venceu com dois gols de Sasha, assistido por passes certeiros de Vitinho e William. Mas não gostei de ver o time empatar no Beira-Rio com a Chapecoense.Para ser campeão, o Inter tem que vencer todos os jogos no Beira-Rio. Se complementar esse rendimento máximo em casa com empates,vitórias e ocasionais derrotas como visitante, o jovem torcedor que fui nos anos 70 recobrará, no mesmo corpo, todo o seu entusiasmo e vibração possíveis. Vou andar pelas ruas da capital, no final do ano, com uma camisa vermelha embelezada por quatro estrelas e um galho de arruda no bolso para que os invejosos não perturbem meus passeios vespertinos.
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