Em recente encontro com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, em Brasília, levamos a proposta para acabar com o programa Mais Médicos e priorizar a contratação de médicos formados no Brasil, além de criar condições efetivas para que os profissionais possam se estabelecer em localidades distantes.
O ministro esteve em Porto Alegre recentemente para um evento do Simers e garantiu que priorizará os brasileiros formados aqui. Também disse que estudará a implantação da carreira médica no SUS, um anseio da categoria e que defendemos como solução à carência de profissionais, que dispensaria medidas como o Mais Médicos, que configura a maior corrente migratória de médicos da história da humanidade.
Levei o exemplo do Brasil, com sua importação de médicos, ao Congresso Mundial de Sindicatos Médicos que ocorreu em junho em Berlim, na Alemanha. Disse em uma conferência a uma plateia muito atenta que o Mais Médicos, criado pelo governo da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) em 2013, promoveu “a maior corrente migratória e de aluguel de mão de obra de médicos da história da humanidade.
A declaração teve grande repercussão entre as entidades de 24 países de todos os continentes. As razões das migrações, como afetam o atendimento das populações, as ações e o intercâmbio e colaboração entre os sindicatos foram temas que dominaram o congresso, que ocorreu de 12 a 14 de junho.
A repercussão foi muito intensa em especial porque todos os países estão preocupados com a qualidade dos médicos que chegam para atuar (caso do Brasil) e outros com um problema inverso, pois faltam médicos em seus países e há uma forte tendência ao êxodo dos existentes devido às más condições de trabalho e à remuneração inadequada.
Mas em nenhum país houve uma migração tão intensa como no Brasil. Nas Bahamas, lembrei a dirigentes de outros sindicatos, a formação dos médicos é muito boa e permite que os profissionais migrem, em especial aos Estados Unidos, diante do fluxo de cubanos alugados pelo governo local e que ocupam as vagas dos nativos.
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