Com dignidade | Por Ricardo Soletti

Com dignidade | Por Ricardo Soletti

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Acabou. Ontem cumprimos a última estação da via sacra em que a incompetente e indigna gestão passada nos colocou.

Nossa história não merecia. Nossa torcida não merecia. Mas nosso clube, gerido por um grupo de amigos aventureiros e incompetentes, mereceu.

Em 2016, cumprimos com louvor todos os pré-requisitos exigidos para passarmos um ano no inferno da segundona.

Desde o apito final daquele jogo melancólico em Mesquita, contra o Fluminense, cansei de ver posts e as mais variadas manifestações de falsos moralistas que vociferavam do alto de suas vidas ilibadas com um sonoro: “Joguem a série B com dignidade”. Idiotas. Ventríloquos do lixo da CBF e da quase falida ESPN Brasil que, na época, carregou nas tintas e destilou toda raiva e recalque em cima do clube, considerando que apontar um jogador mal inscrito no adversário era virar a mesa.

Fomos julgados e condenados publicamente. E mais do que isso, tivemos nosso nome jogado na lama.

Esportivamente, merecemos. Moralmente, fomos destruídos por quem não tem moral nem para questionar o Fernandinho Beira Mar.

Pois juntamos os cacos, lambemos as feridas e disputamos sim, a segundona com dignidade.

No campo, tropeçamos demasiadas vezes. Mas fora dele, principalmente, nas arquibancadas, mostramos como se torce, como se apoia, como se enfrenta uma dificuldade. Com a mais absoluta dignidade.

E não só jogamos com dignidade, como terminamos com dignidade: sem DVD, sem caminhão de bombeiro, sem franga velha invadindo gramado, sem franga velha se rasgando no microfone. Sem virada de mesa.

Nada de inacreditável. Apenas um regresso em silêncio, reflexivo e com os olhos voltados para o amanhã. Como deve ser com qualquer clube grande que cai em desgraça.

Ainda temos muito o que fazer para nos recuperarmos da catastrófica gestão passada que nos tirou tudo. Literalmente.

Não basta levantarmos. Precisamos nos manter de pé, criarmos segurança e aí começarmos a dar os próximos passos para o lugar de onde nunca deveríamos ter saído.

Falta muito para isso. Mas já começamos essa longa caminhada com o principal: dignidade. Coisa que CBF, ESPN Brasil e muitos demagogos de cueca borrada nunca tiveram. Nem nunca terão. Te amo, Inter!

Na boa e na ruim, Colorado até o fim!

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