Para recuperar o RS, são necessárias ações pragmáticas e objetivas que, no médio prazo, possibilitarão ao Estado alcançar uma posição de equilíbrio das contas, provedor de serviços eficientes e capaz de investir. O primeiro passo é efetivar o acordo de recuperação fiscal em negociação com a União e implementar as medidas que ele exige, tendo em vista que se trata de um plano de Estado e, não, deste governo apenas. Para tanto, será preciso que a Assembleia Legislativa aprove uma série de medidas, entre as quais a venda de empresas estatais desnecessárias ao papel de indutor do bem-estar social que o Estado deve exercer.
Consolidar o acordo com as medidas necessárias para obtê-lo é objetivo inicial apartidário, que demanda a participação e o apoio de todos e permitirá identificar quem é a favor do RS ou a favor dos seus interesses vinculados a partidarismos, ideologias e corporativismos. Também é o momento de discutir o futuro do Estado desvinculado das explicações do passado e sem a venda de ilusões, tais como as compensações de Lei Kandir pela União, as recuperações fiscais, as isenções de impostos, etc. Estas, seguramente, não são soluções mas, apenas, maniqueísmos políticos para desinformar a sociedade. É lamentável ver a utilização de argumentos manipuladores para subsidiar versões irrealistas e ilusórias que encobrem interesses menores.
A gestão da crise do RS demanda uma agenda convergente e o acordo é passo necessário e inevitável que, uma vez efetivado, dará início a uma agenda mínima para tornar o Estado menor e mais eficiente. Portanto, faz-se necessária a consciência das entidades representativas da sociedade para dar o suporte sociopolítico que se sobreponha aos interesses corporativos. A sociedade que se tem não é aquela que se quer, mas será aquela que se construir. O cidadão precisa entender que ele pode ser parte do problema ou da solução – basta decidir e agir. A cidadania política pressupõe que decisões de interesse da sociedade não podem ser delegadas, mas construídas, acompanhadas e controladas por parte da sociedade organizada mobilizada.
A tomada das ações necessárias ao RS permitirá que a sociedade gaúcha avalie o desempenho do papel exercido pelos atores políticos. É com base nesta análise que se deve eleger, nas próximas eleições, os que entendem que a política não é o meio de construir os seus benefícios, mas de batalhar por um RS e por um Brasil melhor para todos.
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