Temos acompanhado no cenário nacional inúmeros debates sobre supostas conversas de juízes e procuradores, divulgadas pelo saite The Intercept, que nos remetem a inúmeros pensares sobre a licitude das provas, dos participantes e suas atitudes, entre outros.
Sem adentrar no mérito das conversas e suas nuances jurídicas, mas com um foco bem específico, a ideia é debater a respeito de como obter a verdade em tempos de redes sociais, saites, internet e fake news. Poderia remeter às três peneiras de Sócrates; entretanto, não é o viés do assunto. A questão a ser refletida é sobre como obtemos a verdade num emaranhado de informações soltas.
Antes – e vejam os leitores que menos de 15 anos atrás – o que historicamente é muito pouco – tínhamos internet, saites que reproduziam o que era publicado no impresso e mantinham credibilidade diante de um trabalho reconhecido por grande parte da população.
Hoje temos inúmeras fontes desconhecidas que ganham notoriedade, vez em quando, ao publicar notícias que interessam a determinados grupos, e estes a disseminam como se verdade fosse, mesmo sem nenhuma verificação de fontes, até mesmo muitas vezes da razoabilidade (muito menos que as três peneiras de Sócrates, com certeza).
São pessoas compartilhando porque concordam, sem perceber que ao – encaminharem adiante – estão dando seu aval, seu crédito, sua indicação de que o que foi publicado tem veracidade.
Teremos a cura do câncer já descoberta e ninguém divulga, exceto aquele saite que ninguém conhece e tem a verdade?
Você conseguirá ficar rico com o mesmo saite que alguém totalmente desconhecido usou, basta dar todos seus dados a ele…
Você conseguirá emagrecer como a moça(o) bonita(o) da foto, basta tomar isto, comer aquilo, etc.
Somos tão crédulos ou sedentos por querer que algo seja a verdade por que é do nosso interesse?
Será que não está no momento de fazer exatamente aquilo que tanto queremos construir? Pensar! Queremos criar inteligência artificial, mas não usamos inteligência natural (mesmo que seja para evoluir e treinar o seu uso) para perceber que não podemos dar aval a qualquer coisa que nos é dita na internet.
Será que não está no momento de perceber que a tecnologia é usada por seres humanos? Que a racionalidade, construção, campanhas pertencem ao ser humano e não à máquina. Seríamos tão sugestivos aos algoritmos afinal?
Quero crer que não, mas temo que muitos o são.
Assim, exponho minha verdade: pensar muito, compartilhar pouco e acreditar no que – além das peneiras de Sócrates de VERDADE, BONDADE e UTILIDADE – tais mensagem pregam, para formar a minha verdade após um misto de informações externas e internas e sem julgamento dos demais.
Afinal, conceitos e verdades dependem de tantos fatores que o tempo, outras verdades e outros conceitos podem modificar tudo.
Ora, uma das verdades que ainda levo comigo é a do pensador Heráclito: “Nada é permanente, exceto a mudança”.
E você, neste universo de informações, qual a sua verdade?
#FraternoAbraço
Gustavo Rocha
Consultoria GustavoRocha.com | Gestão, Tecnologia e Marketing Estratégicos
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