Em tempos de corona, ante a medidas atabalhoadas, muitas, dos homens públicos, alguns, escolhidos pelo voto do eleitor, outros, pelo voto dos votados, como os ministros do STF, temos uma oportunidade impar de pensar e repensar, acerca dessa nossa sociedade democrática de direito.
Deter-me-ei, tão somente nos paradoxos dessa nossa sociedade democrática de direito, nosso valor maior a democracia, liberdade e ao mesmo tempo nossa espada de dâmocles.
Pela preservação de nosso valor maior, nossa liberdade. é-nos permitido questionar tudo, eleger nossos representantes, para fazerem as leis. Ao executivo, pelo norte das leis, nos governar. Esses os legisladores, pela lei e sob o império da mesma, escolher, no voto, os ministros do STF, os quais, sob a proteção da lei, sem o sufrágio de quem de fato deve nortear os destinos da nação, o votante, o cidadão, ficarão no cargo vitaliciamente, Nessa condição qualquer semelhança com os resquícios da monarquia, dirão alguns, poucos, diga-se a bem do senso comum é maldade, afinal vivemos no império da lei, a muralha que nos separa da barbárie.
Assim, em nome da lei, por ela e pela sua garantia, esses senhores de cargo vitalicio supervisionam a Carta Magna, orientam seus subalternos, as instâncias abaixo, os tribunais etc… etc. Do ponto de vista da evolução civilizatória, nesse equilíbrio voto, leis, poderes independentes, Executivo, legislativo, judiciário, nosso mundo ocidental, judaico cristão, nos
manteve afastados dos estados totalitários, genocidas, etc… etc .
De forma simples, essa nossa civilização com as dificuldades inerentes e paradoxos humanos, consegui ver o muro de Berlim ruir. Ruiu, simplesmente porque aquela proposta que se escondia atrás do muro, não implantou seus valores antidemocráticos, anti- humanidade, enfim, em ultima instância genocidas (basta ver os frios números das vitimas do marxismo).
A queda do muro, não afastou os defensores daqueles valores, apenas qual camaleão se ajustaram, camuflaram-se, apropriaram-se de bandeiras de outras matizes. Entretanto não saíram dos primórdios de sua cruzada, luta de classes, operários contra patrões. Toda e qualquer situação é motivo para desorganizar o status existente. Sempre vale qualquer possibilidade para a revolução, pois, sabem que não tem nada a oferecer salvo tirania, genocídio, fome, exílio, enfim
degradação humana ( a história assim o ensina).
Eis que por provocação de alguém que pouco importa, chega ao STF a necessidade de uma decisão, cujo bojo vem da balburdia provocada pela pandemia, uma patomima para alguns, não poucos, por interesses que a seu tempo saberemos as respostas, impõe no poder que a lei lhe confere, uma decisão paradoxal. Tolhe o poder natural das pessoas encontrarem solução para situação nociva a ambas.
Eis o belo da natureza humana, o paradoxo. Do alto do poder, emanado do império da lei, alguém afastado da vida real, tolhe a solução que a adversidade que tende a unir os opostos, por vezes nem tanto, apenas observam o mundo por vertentes, ângulos diferentes, nem sempre aqueles indicados pelos intelectuais, os estudiosos, os filósofos.
Chegamos ao mais inusitado, o dogma marxista, derrubado, operários versus patrões não estão em campos opostos, unir-se-ão para a solução que o ministro não entendeu poderia
ter contribuído. Haverá desobediência civil.
As partes que só no viés marxista são antagônicas, não permitirão que uma liminar questionável por vários ângulos impeça que ante um problema real, leis inadequadas, tradições ou culturas alheias à realidade dos fatos, desarmonia entre poderes de estado, lutas de poderes que se buscaram historicamente para serem independentes e harmônicos, aproveitam para
aumentar suas fatias de poder, quiça ganhos.
Enfim, o ministro quando pretendeu impedir que patrões e empregados encontrem uma saída negociada para preservação dos salários e das empresas, pretendendo facilitar a sobrevida sindical, desnudou o que o senso comum sabe, sindicatos e órgãos de poder público dificilmente acertam nos interesses da sociedade. Em nome dela tentam.
Vivemos um marco histórico pela via de um despacho judicial, operários e patrões unidos. Enfim entramos nas segunda etapa da queda do muro de Berlim.
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