Ciclo de conversas com artistas do Mural Aurora Negra ocorrem a partir de 11 de julho

Ciclo de conversas com artistas do Mural Aurora Negra ocorrem a partir de 11 de julho

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Braziliano, Felipe Reis, Gugie e Negritoo vão falar sobre processo criativo e arte urbana em transmissão ao vivo e gratuita

 

Entre os dias 11 e 14 de julho, os artistas Braziliano, Felipe Reis, Gugie e Negritoo — referências em arte urbana no país — participam de uma ciclo de conversas sobre processo criativo em transmissões ao vivo e gratuitas pelo YouTube do Atelier Livre Xico Stockinger, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Os quatro foram os responsáveis pela criação do Mural Aurora Negra, que, desde dezembro do ano passado, é um espaço de valorização da cultura negra no centro histórico da capital gaúcha. Os projetos são uma realização da Pólen – Arte em Movimento, com curadoria de Vinícius Amorim, apoio do governo municipal e incentivo cultural do Grupo Carrefour Brasil.

 

O gaúcho Felipe Reis é quem inaugura a programação, na segunda-feira, 11, a partir das 19 horas, com o tema “Afro-futurismos na Arte Pública”. No dia seguinte, 12, Gugie participa direto de Santa Catarina com o painel “Criando narrativas no muralismo”. Negritoo, que mora em São Paulo, vai ministrar seu bate-papo a partir da apresentação “No processo da criação”, que acontece na quarta, 13. E o santa-mariense Braziliano encerra a série de encontros com “Cosmovisão negra, afrofuturismo e as ruas” na quinta, 14.

 

As conversas ficarão disponíveis no canal do YouTube do Atelier Livre. Para mais informações, acesse: http://www.polen.art/.

 

Os artistas e o Mural Aurora Negra

A arte do Mural Aurora Negra foi elaborada em quatro partes, trazendo um pouco da história e do traço de cada um dos artistas. “Projetar quem somos como histórias, possibilidades e ancestralidades de nossas visões afrocentradas, é uma forma de construir, através de novos sentimentos, um futuro possível”, afirma o gaúcho Felipe Reis, que também é arte educador. Ele trabalhou diretamente com Gugie, que mora em Florianópolis, na criação da obra pintada em uma das fachadas. “Eu gosto de pensar que o bebê é um ser humano em desenvolvimento, cheio de futuro. Ele depende de toda uma comunidade — uma rede enorme e complexa — para trilhar seu caminho, representando uma luta futura. Nesta obra trago a releitura de um cartaz antigo que dizia ‘reaja à violência racial: beije sua preta em praça pública’. A partir dessa reflexão, em meu beijo, quero esperançar através do afeto, interagindo com o personagem do querido colega Felipe Reis”, explica a artista.

 

Na segunda fachada, a máscara desenhada por Braziliano, de Santa Maria, chama para outra importante reflexão: “Conectar-se com a máscara para adquirir suas características em um rito de transformação: onde os olhos meio fechados simbolizam atitude pacífica, autocontrole e paciência. Nariz reto significa determinação e decisão. Boca pequena é humildade. Testa grande e saliente, sabedoria”, narra como uma poesia. O parceiro, Negritoo, veio de São Paulo: “Para contribuir com o mural Aurora Negra, trouxe a representatividade, a força e a imponência da mulher negra através da sua expressão marcante e cores que a destacam em meio ao conturbado Centro Histórico de Porto Alegre. Além disso, o trabalho final, em conjunto com Braziliano, remete à ancestralidade do povo negro de forma a incentivar a busca pela força de nossas raízes para não esquecermos de onde viemos e a importância que devemos ter”, completa.

 

A obra

Para apoiar o público na  interpretação da obra, o grupo criou um manifesto: “Em nossas consciências negras não existem margens, porque somos o centro de nossas histórias — histórias de afeto, orgulho, luta e preservação. Sentimentos concentrados em um beijo sensível em nossas crianças, utopias de afro futuros com os nossos pequenos reis e rainhas, máscaras desnudam a face e abrem portais para outros tempos. Gratidão pelas linhagens que nos trouxeram até aqui e nos colocaram de queixo erguido, empoderando nossas poesias. Sem esquecer que, para que nossas cabeças estejam nas nuvens, é importante que vossos pés estejam no chão — observando o novo dia, uma nova aurora, a ‘Aurora Negra’”.

Para pintar as empenas que, juntas, têm 648m2 —, foram aplicados mais de 280 litros de tinta e vernizes e mais de 100 latas de spray. As atividades iniciaram em 15 de novembro e encerraram em 10 de dezembro, envolvendo 35 profissionais no projeto, entre artistas, assistentes, produtores, técnicos, engenheiros, segurança, entre outros.

 

Revitalizando o centro

Com essa obra, Porto Alegre se junta a outras capitais brasileiras, onde a pintura de murais em grandes empenas já é realidade. O Mural Aurora Negra é a quinta arte pública em fachadas de prédios localizados na região central da capital gaúcha. Além de modificar a paisagem urbana, projetos como este têm um impacto social importante, provocando reflexões e contribuindo para o desenvolvimento econômico, cultural e social da cidade.

 

“Além de benefícios individuais aos cidadãos que se relacionam com essas imagens: há melhoras na saúde, desenvolvimento cognitivo, psicológico e também nos laços interpessoais”, afirma Amorim, que também realiza o Festival Arte Salva.

 

Com realização da produtora Pólen – Arte em Movimento — do curador, Vinicius Amorim —, a iniciativa tem o apoio da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e o incentivo cultural do Grupo Carrefour Brasil. “A empresa assumiu oito compromissos para contribuir com o combate ao racismo estrutural. Entendemos que o incentivo à arte com essa temática, sendo produzida de forma legítima por quem tem lugar de fala, abre espaço para reflexão. Estamos muito felizes em entregar esse projeto para a cidade de Porto Alegre, abrindo o diálogo com artistas tão talentosos e comprometidos com a causa. Esperamos que nossas ações se multipliquem com investimentos de outras empresas”, explica Lucio Vicente, diretor de Sustentabilidade do Carrefour.

SERVIÇO

CONVERSAS COM OS ARTISTAS DO MURAL AURORA NEGRA

De 11 a 14 de julho, às 19h, através do YouTube do Atelier Livre Xico Stockinger

11/JULHO [SEGUNDA] – 19h – https://youtu.be/KK0Foy6C1oo
Afro futurismos na Arte Pública, com Felipe Reis (Porto Alegre/RS – 1979)

Atua em projetos de pesquisa antropológica da cultura Hip Hop. Também assina esculturas, ilustrações, decor, customizações e outras técnicas de impressão e pintura.

instagram: @reis79_af

12/JULHO [TERÇA] – 19h – https://youtu.be/H-TUVuVc2os
Criando narrativas no muralismo, com Gugie (Brasilia/DF – 1993)

Grafiteira, Artista Visual, Bacharel em Artes Visuais pelo Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina -UDESC.Propõe com suas criações uma estética relacional, onde o contato e interação com suas obras se traduzem em uma ativação de sensibilidade coletiva.

instagram: @gugie.art

13/JULHO [QUARTA] – 19h – https://youtu.be/ttzkfBPEJWM

No processo da criação, com Negritoo (São Paulo/SP – 1975)

Artista visual, bacharel em Design de Produto pela Universidade Mackenzie e Pós-graduado em Design Gráfico pelo SENAC. Nos traços lúdicos de referências pop e figuras femininas, desenvolve sua expressão através do graffiti e na experimentação em novas superfícies.

instagram: @ngritoo

14/JULHO [QUINTA] – 19h – https://youtu.be/5268MutH2YU

Cosmovisão negra, afrofuturismo e as ruas, com Braziliano (Santa Maria/RS -1981)

Grafiteiro, ilustrador e quadrinista. Artista autodidata que desenvolve como principal temática no seu trabalho o Afrofuturismo, ficção cientifica pelo olhar do negro contemporâneo.

instagram: @brazilianobraza

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