Premiado nos festivais de cinema de Gramado e do Rio de Janeiro, Casa Vazia chega aos cinemas no dia 3 de agosto. Rodado no extremo do país — em Santana do Livramento (Rio Grande do Sul) e Riveira (Uruguai) —, o longa-metragem aborda o empobrecimento da população em áreas agrícolas marcadas pelo avanço da tecnologia e das desigualdades sociais. Dirigido por Giovani Borba e definido como um neo-western pela revista Variety, o filmeexplora uma linguagem híbrida entre ficção e documental e tem como protagonista um não-ator, Hugo Noguera, que é um ex-peão de estância.
— Me alegra muito contar essa história, que busca ser muito regional, mas acaba reverberando dilemas e sentimentos universais, e assim, pôde encontrar uma acolhida muito boa com o público nos festivais e o reconhecimento com prêmios. Agora, essa nova etapa amplia estes encontros com as pessoas nos cinemas. Eu acredito na potência inigualável do espaço da sala de cinema, pois ela é um mergulho profundo nas histórias. Nos conectamos e nos envolvemos muito mais na sala escura — afirma Giovani Borba.
Ele também faz um convite aos espectadores.
— Eu espero e peço que as pessoas vão ao cinema ver filmes brasileiros. Não deixe a sala de cinema da sua cidade morrer — apela o diretor.
Com selo da Panda Filmes, a produção expõe a vida de Raúl, um peão desempregado que vive numa casa isolada na imensidão do pampa. Região onde, atualmente, a tradição da criação de animais vem sendo sobreposta por imensas plantações de soja e eucalipto. Cultivos que podem ser nocivos ao meio ambiente com agrotóxicos e produção de transgênicos. Nesse lugar, os trabalhadores do campo tentam se reorientar e lutar pela sua sobrevivência e preservar seus costumes. Raúl junta-se a um bando de ladrões de gado. Ao retornar de mais uma madrugada, encontra sua casa vazia. A mulher e os filhos dele desapareceram.
A obra também chama atenção pelo fato de empregar não-atores em frente à câmera, como o protagonista. Eles contracenam com atores profissionais consagrados, como Araci Esteves, Nelson Diniz, Roberto Oliveira e Liane Venturella, que também assina a preparação do elenco.
Em 2021, Casa Vazia foi exibido na mostraGoes to Cannes, no Mercado do Festival de Cannes, na França. No mesmo ano, conquistou o Troféu Redentor de melhor fotografia para o cearense Ivo Lopes Araújo no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro. E, em 2022, levou cinco Kikitos na Mostra Gaúcha do Festival de Cinema de Gramado nas categorias roteiro (Giovani Borba), ator (Hugo Noguera), trilha sonora (Renan Franzen), desenho de som (Tiago Bello e Marcos Lopes) e fotografia (Ivo Lopes Araújo).
Giovani Borba também atua como produtor da obra, juntamente com Tatiana Sager (diretora de Central – o filme, 2017) e Beto Rodrigues (diretor de Rolex de Ouro, 2007). Casa Vazia foi o único projeto gaúcho selecionado, no final de 2017, no edital PRODECINE 05 – Inovação de Linguagem. Antes disso, já havia sido selecionado em quatro eventos para desenvolvimento de projetos: MAFIZ (Malaga Festival Industry Zone), na Espanha, 7th International Coproduction Meeting(Brasil Cinemundi), em Minas Gerais, oTalent Campus do BAFICI(Buenos Aires Internacional Festival of Independent Cinema), na Argentina, e o Taller Andino do IBERMEDIA.
> SINOPSE:
Raúl é um peão desempregado e pai de família. Na escuridão das noites, junta-se a um bando de ladrões de gado. Ao retornar de mais uma madrugada, encontra sua casa vazia. Sua mulher e filhos desapareceram.
> FICHA TÉNICA:
Gênero: Drama/Western
Cor: colorido
Duração: 88min
País: Brasil
Ano: 2021
Direção: Giovani Borba
Roteiro: Giovani Borba
Empresa Produtora: Panda Filmes
Produção: Tatiana Sager, Beto Rodrigues e Giovani Borba
Fotografia: Ivo Lopes Araújo
Montagem: Bruno Carboni e Marina Meliande
Música: Renan Franzen
Desenho de som: Tiago Bello e Marcos Lopes
Mixagem: Tiago Bello
Supervisão de pós-produção: Daniel Dode
Elenco: Hugo Noguera, Araci Esteves, Nelson Diniz, Roberto Oliveira, Liane Venturella e Lucas Daniel Soares Rodrigues.