Guaíba pede roupas quentes para os desabrigados

Guaíba pede roupas quentes para os desabrigados

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A quantidade de pessoas abrigadas de Guaíba e Eldorado do Sul subiu para mais de 28 mil. Um total 82 alojamentos espalhados na cidade e região estão atendendo mais de 13 mil vítimas da enchente histórica que atingiu o Rio Grande do Sul nos últimos dias. A equipe da Defesa Civil, da Brigada Militar, do Corpo de Bombeiros e demais voluntários continuam fazendo resgates de moradores em grande parte de Eldorado do Sul.

 

“Na medida que a gente conseguir trazer as pessoas para a nossa cidade vai aumentando o fluxo. Muitas pessoas vieram de ônibus. Então, com as pessoas chegando mais necessidades a gente tem. Nós estamos falando agora de 13 mil que estão nos nossos abrigos, totalizando quase 30 mil que estão também em casas de familiares e amigos na região”, afirma o prefeito Marcelo Maranata.

 

Guaíba recebeu cerca de 20 toneladas de alimentos de empresários de Itapema, Santa Catarina, que pretendem entregar mais 180 toneladas nos próximos dias. Um avião de pequeno porte pousou nas margens da BR-116 com doações de empresários do Rio de Janeiro. Maranata alerta que Guaíba, Eldorado do Sul em grande parte do Rio Grande do Sul têm previsão de fortes chuvas e frente fria nos próximos dias e, por isto, pede doações também roupas quentes, agasalhos, colhões e cobertores.

 

A cidade montou o Sistema de Controle de Incidentes (SCI) para atender às vítimas da enchente, formado por representantes da Prefeitura, Defesa Civil, Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Exército Brasileiro, 12ª Coordenadoria Regional de Educação e outras instituições. A integração dessas forças vai trabalhar na reconstrução da cidade e manutenção da ordem. Equipes de todo o Brasil estão se deslocando para oferecer suporte nesta missão de solidariedade e recuperação.

 

A parte seca de Guaíba está 100% abastecida, inclusive mandando água para Eldorado do Sul. Únicos bairros com problemas de abastecimento são Santa Rita-Cohab e Ipê, que foram os mais atingidos pela enchente nos últimos dias. A companhia conta com três geradores de energia elétrica abastecendo as subestações, o que pode talvez causar falta de abastecimento em algumas localidades durante no máximo três horas.

 

Maranata, expressou preocupação também com a necessidade de apoio do Estado, da União e do Exército para garantir a segurança dos desabrigados, tanto nos abrigos que acolheram os desabrigados de sua cidade e de Eldorado do Sul, quanto nos bairros afetados pela enchente. “Estamos vivendo em Eldorado do Sul um ambiente hostil, muito hostil, e precisamos de apoio da polícia nesse local”, afirma Maranata, referindo-se à situação de assaltos que acontecem na região da cidade vizinha neste momento.

 

Ele também faz um apelo à comunidade para a conscientização sobre o uso de água e para que evitem o abastecimento de veículos, a fim de que haja combustível para ambulâncias e barcos fazerem o resgate. Pede também que contribuam com doações de alimentos, água potável e, posteriormente, com móveis e utensílios domésticos para ajudar na reconstrução das vidas afetadas pelas enchentes.

 

Doação de colchões, higiene individual, remédios e ração para animais

  

Conforme o prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata, são 60 unidades para este tipo de prestação de serviço, acolhendo 250 pessoas acamadas, 1.200 idosos, 6 mil adultos, mais de mil crianças e 1.300 animais.  Maranata faz um apelo, informando a necessidade de doação de colchões, materiais de higiene individual, remédios, ração para animais e fraldas para crianças. Ele também alerta sobre o uso consciente de combustíveis, ressaltando a importância de economizar combustível para garantir o abastecimento de ambulâncias e serviços de resgate, os quais estão enfrentando escassez nos postos de gasolina. “É importante que a gente também converse com a comunidade para economizar combustível, não ficar rodando, também não ir abastecer, porque a gente precisa de combustível para as ambulâncias, para o resgate, está faltando, começou a faltar combustível nos postos de gasolina”, destaca o prefeito.

 

Lixo

 

Além disso, o prefeito chama a atenção para a gestão do lixo produzido pela cidade, solicitando que a população reduza a produção de resíduos e os armazene em locais apropriados até a normalização da coleta. “Com relação ao lixo, é importante que as pessoas produzam a menor quantidade possível dentro das suas casas e que deixem armazenado em algum lugar nas suas dispensas para colocar para a rua quando a gente tiver normalizado a coleta de lixo. E não só a coleta, como também o transbordo, porque o lixo de Guaíba e de boa parte da região metropolitana vai para Minas do Leão, que a gente não tem contato, e para São Leopoldo, que são os grandes aterros que estavam recebendo e que agora a gente não tem contato. Então começa a acumular lixo na cidade e a gente não consegue levar para esses locais”, explica Maranata.

 

Outro ponto de conscientização é o consumo de água potável, onde Maranata informou que a estação de tratamento de água não está recebendo energia elétrica suficiente para atender toda a cidade. “A cidade não tem neste momento a estação de tratamento recebendo a luz para poder tratar água suficiente para a cidade inteira. Então estamos abastecendo um caminhão pipa, então é importante que a gente tenha essa consciência do consumo da água potável”, ressalta o prefeito.

 

Ministros visitam o município 

 

Ministros pousaram de helicóptero, na manhã desta quinta-feira (9), para visitarem abrigos que estão recebendo as vítimas das enchentes que atingiram Guaíba e Eldorado do Sul. Paulo Pimenta, da Secretaria Especial de Comunicação Social, e Walter Góes, do Ministério do Desenvolvimento Regional, também entregaram doações do governo federal de purificadores de água.

 

A quantidade de pessoas afetadas de Guaíba subiu para de 38,3 mil, de acordo com as atualizações da manhã desta quinta-feira (8). 82 alojamentos espalhados estão atendendo mais de 13 mil vítimas da cidade e de Eldorado do Sul. Pimenta disse que o presidente Lula determinou a integração dos órgãos para ajudar no suporte necessário às 425 cidades afetadas no Rio Grande do Sul.

 

“Nesse momento nosso foco está em apoiar o trabalho de resgate e desde ontem estamos acompanhando com muita atenção o nível da água da Lagoa dos Patos, em Pelotas, Rio Grande, São Lourenço do Sul e toda aquela região. Acho que o grande desafio é nos abrigos, e aqui em Guaíba é uma das situações mais dramáticas pela quantidade de pessoas”, afirmou. Ele destacou a mobilização dos prefeitos gaúchos para aquisição dos purificadores de água, sendo que foram doados para Guaíba equipamentos com capacidade para purificar mais de mais de 1 milhão de litros de água por dia, agilizando os recursos federais às cidades atingidas por essa enchente histórica.

 

Góes falou que o governo federal está com dezenas de profissionais da Defesa Civil no Rio Grande do Sul, especialistas em planos de trabalho e ajuda humanitária para o restabelecimento e reconstrução. Passou de 70 mil pessoas em abrigamentos no estado, o que nunca existiu no Brasil. “É desafiador. É comida, segurança, saúde, higiene pessoal. E uma coisa é ter isto em um dia ou três, vai ter uma semana ou um mês, e em alguns casos até mais, sendo que tudo tem que ser enxergado para sermos reativos”, disse.