Com sessões gratuitas, espetáculo Sobrevida leva história autobiográfica sobre o diagnóstico de HIV a onze cidades do Rio Grande do Sul

Com sessões gratuitas, espetáculo Sobrevida leva história autobiográfica sobre o diagnóstico de HIV a onze cidades do Rio Grande do Sul

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A montagem gaúcha estreia nova temporada no dia 11 de março com apresentação no Teatro Municipal de São Leopoldo e depois passa por Porto Alegre, Alvorada, Gravataí, Viamão, Canoas, Novo Hamburgo, Rio Grande, Pelotas, Santa Maria e Bagé – municípios onde mais ocorrem casos do vírus no Estado

Trabalho autobiográfico criado a partir do diagnóstico positivo de HIV, o espetáculo Sobrevida terá sua história encenada em onze cidades do Rio Grande do Sul, levando arte e conscientização aos municípios gaúchos onde mais ocorrem casos do vírus. Combinando apresentações com bate-papos entre público, elenco e agentes de saúde de cada local, o projeto inicia sua nova temporada no dia 11 de marçosábado, às 20h, com apresentação no Teatro Municipal de São Leopoldo, e depois passa por Porto Alegre no dia 29 de março, no Teatro Renascença, além de estrear em AlvoradaGravataíViamão, CanoasNovo HamburgoRio GrandePelotasSanta Maria Bagé em datas ainda a serem confirmadas.

Com direção e dramaturgia do artista e jornalista Jaques Machado, a peça retrata a vida de um ator que, ao revelar seu diagnóstico positivo para HIV, conduz a plateia por um passeio através de suas memórias e medos. Nesse trajeto, revive o conflito de compartilhar sua situação de risco com amigos, família e paixões. “Vivo com HIV há 10 anos e só recentemente consegui falar abertamente sobre o tema. Escolhi fazer isso através do teatro para que o assunto possa chegar a mais pessoas de uma forma mais direta” destaca o autor, que escreveu a peça durante a pandemia, no início de 2021. “Há anos atrás, um conhecido recebeu o diagnóstico positivo e, por medo e preconceito, não foi adiante com o tratamento, morrendo dias depois. Depois da morte dele, fiquei sabendo que ele tinha passado por isso. Logo pensei: preciso fazer algo, falar mais abertamente sobre o assunto para tentar ajudar outras pessoas”, completa.

A peça retrata diversos momentos da vida do jornalista, como falar com amigos, buscar novos relacionamentos e o encontro com a mãe após diagnóstico. O termo “sobrevida”, dito pelo médico no momento da revelação, foi escolhido por denotar essa morte e renascimento que a personagem passa toda vez que precisa falar sobre o assunto com alguém. “Hoje eu sei que falar sobre o HIV ajuda a combater o preconceito e pode salvar a vida de muita gente que, por medo, não se previne, não se testa e, quando descobre a sorologia, ignora o tratamento e acaba morrendo. Precisamos respeitar quem decide não revelar, mas também precisamos conversar sem medo para combater o preconceito”, destaca Jaques, que trabalha profissionalmente com teatro desde 2018 como ator e produtor, mas estreia como diretor e dramaturgo neste trabalho.

Em cena, os atores Lincoln Camargo e Xandre Martinelli vivem a mesma personagem em diferentes momentos e ainda dão vida a outras pessoas importantes do enredo que transforma em dramaturgia situações reais no enfrentamento ao HIV. Atrás das cortinas, o espetáculo ainda conta com a atriz e bailarina Angela Spiazzi, responsável pela direção de movimento e corpo do espetáculo, com Ricardo Vivian na iluminação cênica e com Rodrigo Shalako na cenografia.

A trajetória do espetáculo
O processo de montagem começou em maio de 2021 através de leituras dramáticas com os atores. A peça foi pensada inicialmente para ser um monólogo, mas depois das leituras foi adaptada para ser interpretada por Lincoln Camargo e Xandre Martinelli. Os ensaios presenciais começaram após a vacinação contra a covid-19. Com a chegada do resultado do edital Residência artística no Centro Cultural da Diversidade, que selecionou Sobrevida entre 61 projetos para cumprir residência em São Paulo, o grupo passou a se dedicar a ensaios diários em Porto Alegre e depois passou algumas semanas na capital paulista trabalhando no espaço do Centro Cultural da Diversidade.

Em novembro de 2021, o espetáculo foi apresentado no 29º Festival Mix Brasil, o maior festival de Cultura da Diversidade da América Latina. Em 2022, estreou na capital gaúcha, no Porto Verão Alegre, fez temporada na Casa de Cultura Mario Quintana, foi selecionado na 6ª Mostra de Artes Cênicas e Música do Teatro Glênio Peres e teve apresentações na Sala Álvaro Moreyra. Em 2023, recebeu o Prêmio Olhares da Cena de melhor iluminação e voltou a ser encenado no Porto Verão Alegre. Agora, o projeto passa por onze cidades gaúchas sendo realizado com recursos do PRÓ-CULTURA RS FAC – Fundo de Apoio à Cultura, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

SERVIÇO

Espetáculo Sobrevida em São Leopoldo
Dia 11 de março, sábado, às 20h
Teatro Municipal de São Leopoldo (Rua Osvaldo Aranha, 934 – Centro – São Leopoldo)
Ingressos gratuitos mediante retirada antecipada pelo Sympla (https://www.sympla.com.br/sobrevida__1901144)

Após a apresentação, haverá um debate entre o elenco da peça, falando sobre o processo criativo e a contribuição da arte para o combate ao estigma social, e com um agente de saúde do município apresentando as ações de prevenção, tratamento e acolhimento para HIV realizadas pela cidade

Espetáculo Sobrevida em Porto Alegre
Dia 29 de março, quarta-feira, às 20h
Teatro Renascença (Avenida Érico Veríssimo, 307 – Azenha – Porto Alegre)
Ingressos gratuitos mediante retirada antecipada pelo Sympla (https://www.sympla.com.br/evento/sobrevida-porto-alegre/1902174)
Após a apresentação, haverá um debate entre o elenco da peça, falando sobre o processo criativo e a contribuição da arte para o combate ao estigma social, e com um agente de saúde do município apresentando as ações de prevenção, tratamento e acolhimento para HIV realizadas pela cidade

O espetáculo também passará por Alvorada, Gravataí, Viamão, Canoas, Novo Hamburgo, Rio Grande, Pelotas, Santa Maria e Bagé. As datas das apresentações nessas cidades serão confirmadas em breve.

Ficha técnica
Direção e dramaturgia: Jaques Machado
Desenho de movimento: Angela Spiazzi
Elenco: Lincoln Camargo e Xandre Martinelli
Produção: Jaques Machado Produções Artísticas
Design de luz: Ricardo Vivian
Operação de luz: João Fraga e Edu Kraemer
Operação de som: Luiz Manoel e Manu Goulart
Cenotécnico: Rodrigo Shalako
Fotógrafo: Alessandro Quevedo
Identidade visual: Jaques Machado

O projeto SOBREVIDA está sendo realizado com recursos do PRÓ-CULTURA RS FAC – Fundo de Apoio à Cultura, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

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