Estou lendo O Fim do Poder, de Moisés Naím, autor venezuelano que foi Ministro do Desenvolvimento aos 36 anos, em fevereiro de 1989, em governo eleito numa vitória esmagadora, e que logo após assumir enfrentou em Caracas uma onda de saques e distúrbios, movimento que, para o autor precisava ser entendido, e explicado. O livro é de 2013, e nesse período Naím acumulou vivência e conhecimento para escrever e publicar o livro.
Vários outros eleitos, como Michelle Bachelet, no Chile, anos atrás, e o agora empossado Temer, vêm se juntar a esse fenômeno acontecido na Venezuela há 27 anos atrás, e desde então repetido em vários países. Para não tirar o gosto de ler com prazer desde o prefácio esse livro, não vou contar seu conteúdo. Bom proveito aos que o lerem. Quero apenas ressaltar a realidade brasileira de hoje, quando imediatamente após a posse de Temer voltam às ruas manifestações contra as reformas que ainda nem foram dadas a conhecer, estão apenas sendo anunciadas. A natureza e os participantes das manifestações de hoje estiveram ativos misturando-se às mega-manifestações desde 2013 fechando-as com violência e depredação. A imensa minoria é negra ou das classes D e E. É elite. Treinada e treinando-se, à diferença das mega-manifestações iniciadas em 2013 pedindo mudança, principalmente na política que encadeava uma onda de corrupção que mal despontava, como ponta de iceberg, graças ao Petrolão, ou, Operação Lava-Jato, que vai pedagogicamente mostrando como se formou a Organização Criminosa comandada pelo PT no poder.
Os baderneiros ficaram quietos durante algum tempo, organizando-se e preparando a eleição de 2014 após a tão esperada Copa do Mundo no país, e que deu no que deu. Logo após a posse de Temer, voltam com bandeiras conhecidas, algumas repetindo movimentos históricos como o Diretas Já, e tentando “mudar a pauta” de repúdio à corrupção colocada nas mega-manifestações que evoluiram para a exigência do impeachment de Dilma, decidido no dia 31 de agosto . Vão insistir, porque tentam infernizar o atual governo e se organizar para as eleições de 2018.
Assim como em 2014, quando a Lava-Jato continuou trabalhando como desde seu início, em meio à Copa e às eleições gerais, esta semana a Lava-Jato deflagrou mais uma operação, a Greenfield, focada – finalmente – no roubo bilionário dos fundos de pensão Funcef, Previ, Petros, Postalis. Assaltados desde o início do primeiro mandato de Lula, em 2003, como parte do assalto ao país, produzindo déficits bilionários. Na operação de hoje, soma o valor a ser restituído: 8 bilhões de reais. Esse sim o verdadeiro golpe nas aposentadorias dos contribuintes dos fundos. Servidores públicos. Nova etapa. Que tenham aprendido. Se não, pobre Brasil.
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